O Produto Interno Bruto (PIB) mundial deverá baixar 1,7 por cento em 2009, devido a uma queda da actividade de 2,9 por cento nos países mais ricos, segundo as novas previsões do Banco Mundial publicadas esta terça-feira.

Em Novembro, a organização previa ainda um crescimento mundial de 0,9 por cento em 2009, mas já indicara no início do ano que o planeta conheceria uma recessão, o que nunca tinha acontecido desde a segunda guerra mundial, avançou a Lusa.

Nos países em desenvolvimento, o crescimento deverá abrandar fortemente embora mantendo-se positivo, para 2,1 por cento contra 5,8 por cento em 2008, indica o Banco Mundial, que se declara muito preocupado coma as consequências sociais e humanas da crise nestes países.

O BM previa ainda um crescimento de 4,4 por cento em Novembro para os países em desenvolvimento, mas teve de rever este número em forte baixa «tendo em conta a deterioração rápida da situação económica e financeira à escala mundial».

Maior contracção em 80 anos

Além disto, «excluindo a China e a Índia, o crescimento é nulo» para estes países, declarou à imprensa Justin Lin, chefe economista e primeiro vice-presidente da instituição, salientando que os países em desenvolvimento sem a China e a Índia vão mesmo conhecer «um recuo do rendimento real de 1,5 por cento este ano», tendo em conta um aumento demográfico.

O Banco prevê ainda uma queda histórica do volume do comércio mundial de bens e serviços em 2009, de 6,1 por cento face a 2008, induzida por uma baixa ainda mais forte das trocas de produtos transformados.

«É a contracção mais forte em 80 anos, ou seja desde a Grande Depressão», que se seguiu à crise de 1929, segundo Lin.

Se a economia dos países em desenvolvimento deverá crescer ainda em 2009, as perspectivas são de recessão para a Europa oriental e da Ásia central, cujo PIB deverá cair 2 por cento, com quebras de 4,5 por cento na Rússia e de 2 por cento na Turquia, assim como na América Latina e Antilhas, cujo PIB recuaria 0,6 por cento. Nesta zona, o PIB do México recuaria 2 por cento, o da Argentina 1,8 por cento, enquanto o Brasil manteria um desempenho positivo com a economia a crescer 0,5 por cento.