«É muito possível que os EUA já estejam em recessão, mas não é assim tão grave se for de curta duração. O mercado accionista já está a sugerir que vamos voltar à normalidade depressa», referiu Carlos Rodrigues num jantar-debate, organizado pela Ordem dos Economistas.
Com o tema «subprime» e os seus efeitos na economia portuguesa, o presidente do banco foi o orador da primeira sessão da iniciativa Clube dos Economistas.
«Portugal é dos mercados menos afectados»
Segundo o mesmo, a Europa não está indiferente a este panorama, aliás, já terá provado «que não é imune à crise dos subprime» e, no que toca a Portugal, «somos dos mercados menos afectados». No entanto, não acredita que haja «grandes nuvens» nos próximos tempos, o que não invalida que possam surgir «outras surpresas noutro tipo de créditos, nomeadamente ao consumo (cartões de crédito)», ainda que com menos impacto.
Para Carlos Rodrigues, esta crise era inevitável. «Se não fosse pelos subprime seria o excesso de endividamento de alguns sectores da economia», comentou.
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O presidente do banco de investimento mostra-se ainda positivo face à capacidade de resposta dos EUA e da Europa a esta crise. E adianta: «dentro de um a dois anos a procura de casas vai outra vez exceder a oferta».
O responsável afasta ainda um cenário em que o dólar deixe de ser a moeda de referência no curto prazo, ainda que defenda que se crie uma única moeda mundial.
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