Depois de no primeiro trimestre do ano o Produto Interno Bruto (PIB) ter caído 0,2%, o analista do BES Pedro Matos Branco considera que a recessão «não está em cima da mesa», apesar de a economia estar num período de quase estagnação. Indicadores relativos à actividade, investimento, comércio e construção «indicam que a economia deve ter estagnado», algo que não surpreende o analista, tendo em conta o mau desempenho da Zona Euro.
Para este especialista, mesmo que o investimento tenha melhorado, as trocas comerciais externas deverão ter prejudicado o andamento da economia. Já o consumo privado, deve ter sido «bastante moderado».
Do mesmo modo, também o economista-chefe do Santander Negócios, Rui Constantino, aponta para uma melhoria do investimento e uma desaceleração do consumo privado, com o adiamento de algumas compras para Julho devido à descida do IVA.
Cristina Casalinho, analista do BPI, alinha na opinião de que o consumo deverá ter estado mais limitado entre Abril e Junho. «É possível que com a descida do IVA em Julho tenha havido um adiamento das compras dos bens mais caros», disse.
Os analistas apontam para um crescimento económico de 1,3% este ano (face aos 1,5% da previsão do Governo) e para uma taxa de inflação de 3,1% (bem acima dos 2,6% esperados pelo Executivo).
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