O ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, considera que o facto de a economia portuguesa ter mantido no segundo trimestre deste ano uma taxa de crescimento homólogo de 0,9%, idêntica à registada nos primeiros três meses do ano, mostra a sua «capacidade de resistência» num «contexto europeu e numa conjuntura internacional caracterizados por factores adversos». Para já, «resistimos ao primeiro choque».

«A economia portuguesa apresentou um desempenho relativamente melhor face à conjuntura adversa e face ao que seria de esperar, tendo em conta os níveis atingidos pelo preço do petróleo, a subida das taxas de juro e as tensões inflacionistas», afirmou Fernando Teixeira dos Santos, na conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministros.

O responsável pela pasta das Finanças adiantou que será necessário manter-se atento à evolução da situação internacional, mas considerou que «devemos confiar que a economia portuguesa continuará a mostrar esta mesma capacidade de resistência às dificuldades dos próximos tempos». Mais do que isso, o ministro espera que esta capacidade de aguentar o choque, revelada por Portugal, se repita «nos meses que faltam até ao fim deste ano e até no ano que vem».

Para já, o ministro não espera um efeito desfasado da crise europeia na economia portuguesa, até porque os choques que a economia europeia sofreu nos últimos tempos são «fora do vulgar» e tiveram «impacto imediato nas economias». Por isso, considera, «os efeitos de ajustamento terão sido mais rápidos do que é habitual».

No entanto, quando questionado se afastava a hipótese de uma recessão na Europa e em Portugal, o ministro escusou-se a pôr de facto de parte esse cenário. «Não devemos cair na tentação de afastar o risco nem de sermos excessivamente optimistas». Por isso, a palavra de ordem para os próximos tempos continua a ser «incerteza».