A produção eléctrica de origem nuclear diminuiu 3,6 por cento em 2007 face a 2006 nos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económicos (OCDE) para 2.172 terawatt por hora, segundo a Agência da Energia Nuclear (AEN), citada pela «Lusa».

Um terawatt equivale a um milhão de mega watts.

Segundo os dados divulgados pela AEN, as centrais nucleares forneceram 21,6% da electricidade nos 30 países membros da OCDE em 2007, contra 22,9% no ano anterior.

Este recuo decorre de reduções da produção na Alemanha, França e Japão, assim como do encerramento de instalações na Eslováquia e do Reino Unido que não compensaram os recordes atingidos nos Estados Unidos, Finlândia e Hungria, explica a AEN em comunicado.

No início deste ano, havia em funcionamento 346 reactores atómicos para a produção de electricidade em 17 países da OCDE e estavam em construção mais 14: seis na Coreia do Sul, três no Japão, dois na Eslováquia, um na Finlândia, um na França e um nos Estados Unidos.

Em conjunto estas instalações suplementares representam uma potência de 14,2 giga watts.

Mais 13 reactores encomendados

Além disto, foram encomendados outros 13 reactores com visto a uma futura construção que somados aos anteriores, vão elevar a capacidade para 31,2 giga watts.

Em contrapartida, até 2012, está prevista a paragem de uma dúzia de reactores (cinco na Alemanha, quatro no Reino Unido, um na França, um no Japão e um na Eslováquia).

A AEN destacou que o aumento dos preços do urânio estimulou a procura deste mineral e em consequência houve um aumento de 15% do inventário dos recursos conhecidos no mundo.

Os estados da OCDE são deficitários na produção de urânio natural e por isto devem importar uma parte do combustível para os seus reactores.

No que respeita às capacidades de enriquecimento de urânio, aumentaram em 2007 graças à construção de duas novas unidades dedicadas a este processo em França e nos Estados Unidos.

Dados que surgem numa altura em que o debate em torno do nuclear foi reacendido em Portugal pelo governador do Banco de Portugal, para quem esta opção, entre outras, deve ser estudada pelo País como alternativa ao petróleo.