Os trabalhadores da Qimonda de Vila do Conde vêm o eventual interesse de investidores russos na multinacional como «um novo fôlego», disse à Lusa, Bruno Maia, um dos funcionários.

«Este possível negócio começou a ser falado há cerca de um mês, na imprensa da especialidade e alemã, mas agora, com as declarações do Governo da Saxónia, essa possibilidade ganhou consistência», sublinhou o mesmo trabalhador.

Assim, e perante um cenário de encerramento da fábrica de Vila do Conde que tem sido muito veiculado nos últimos dias, Bruno Maia, que faz parte da Comissão Instaladora dos trabalhadores, reitera que «é preciso continuar acreditar» que a unidade não vai desaparecer do panorama europeu. «Isso não poderá acontecer».

Empenho do Governo português

Também o presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde referiu à agência que «todas as possibilidades que visem salvar a Qimonda são interessantes e positivas».

Mário Almeida continua a ter a «expectativa que seja encontrada uma boa solução».

O autarca reconhece que os governos - alemão, português e da Saxónia, são «peças chave neste processo», uma vez que «só com a colaboração deles se poderá viabilizar a fábrica».

«Acredito que o Governo português mantém o empenho que tinha no primeiro dia em que se falou do possível encerramento da Qimonda», afirmou Mário Almeida.

Gestor de falência elogia interesse

O porta-voz do gestor judicial da Qimonda, Michale Jaffé, já veio que «é de saudar se houver novos interessados», nomeadamente da Rússia, em investir na empresa, mas garantiu que «ainda não há nada de concreto».

Sebastian Brunner aludia assim a declarações proferidas na terça-feira em Moscovo, pelo governador da Saxónia, Stanislaw Tillich, sobre o «grande interesse» na Qimonda de um «investidor estratégico» russo.