O secretário de Estado das Finanças britânico, Stephen Timms, mostrou-se esta quinta-feira «muito optimista» quanto a um acordo que satisfaça todos os países representados na cimeira do G20, mesmo se a «discussão continua acesa».

«Estou confiante que vamos ter um acordo», disse aos jornalistas, no centro ExCel, em Londres, à margem da reunião em plenário que decorre entre os chefes de Estado e Governo.

«Só de ver a reunião dos ministros das Finanças vi que a discussão continua acesa, mas há um interesse partilhado em sair daqui com um resultado positivo», acrescentou.

Sobre o conteúdo do acordo, Timms espera que seja definido um valor para reforçar as reservas do Fundo Monetário internacional (FMI).

Os países europeus querem que duplicar as reservas de 188 mil milhões [250 mil milhões de dólares norte-americanos] para 376 mil milhões de euros, mas os Estados Unidos insistem em triplicar o montante para 564 mil milhões de euros e o Brasil sugere que se chegue aos 753 mil milhões de euros.

Sem adiantar o valor, Timms vincou a necessidade de o FMI ter capacidade de "ajudar mesmo as economias fortes", dando o exemplo do México, e de eliminar o estigma que habitualmente está associado aos pedidos de ajuda que os países fazem àquela organização.

Quanto aos paraísos fiscais, o governante britânico está certo de que serão acordadas medidas, mas admite que não seja hoje ainda publicada uma «lista negra» de nomes nem as sanções que serão aplicadas.

Tendo em conta a actual conjuntura da crise económica e financeira, Stephen Timms disse que existe uma «janela de oportunidade» para finalmente alcançar um acordo sobre o comércio global nas próximas negociações.

«A pior direcção (para a economia global) é o proteccionismo, como vimos pelas consequências nos anos 1930», avisou.

Um acordo sobre o comércio global, declarou, «seria a melhor resposta possível contra o proteccionismo».