Em causa está o projecto de declaração final da Cimeira do G20, que começa amanhã em Londres. Sarkozy diz que o mesmo não convém à França nem à Alemanha, e pediu o reforço da regulamentação dos paraísos fiscais e dos fundos especulativos.
Já para Obama, o mais importante, é a união. «Temos a responsabilidade de coordenar acções, centrados no que nos une, e não no que nos separa», afirmou, à saída de um encontro com o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, em Downing Street.
O presidente francês ameaçou já sair da cimeira caso não se discutam medidas fortes e concretas contra a crise, em vez de mais uma «carta de intenções».
Obama admitiu que «não haverá acordo sobre todos os pontos» mas admite que a cimeira «não poderá ficar pelas meias tintas».
O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, que será o anfitrião da cimeira, espera também «negociações duras», mas prometeu tentar persuadir o presidente francês a não enveredar pela «política da cadeira vazia», o que colocaria em xeque a própria cimeira.
Sarkozy garantiu que não abdicará da sua posição favorável a «uma maior regulação financeira e a uma atitude mais dura em relação aos paraísos fiscais», em detrimento de mais injecção de capital em planos de recuperação económica.
A chanceler alemã, Angela Merkel, tem posição próxima de Sarkozy e manifesta-se contrária a que o G20 se fique pela aprovação de novos planos de relançamento, lembrando a «enorme contribuição» já dada pelo seu país.
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