Dez paraísos fiscais ou similares comprometeram-se com as autoridades de outros países a partilhar informações sobre eventuais evasões fiscais, noticia esta terça-feira o «Daily Telegraph», citado pela Lusa.

Segundo o jornal, o anúncio vai ser feito pelo primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, durante a cimeira do G20 na quinta-feira em Londres e o compromisso para uma maior transparência abrange Suíça, Liechtenstein, Luxemburgo, Mónaco, Andorra, Bélgica, Singapura, Hong Kong e Macau.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) tinha pressionado sobretudo suíços e austríacos para obter este compromisso.

Os países e territórios em causa aceitaram partilhar informação com as autoridades fiscais de outros países quando lhes seja solicitado, mas sem que seja de forma automática.

Acordo destina-se a «limpar» sistema financeiro mundial

O projecto do comunicado da cimeira do G20 indica que o sistema financeiro global deve ser protegido desse tipo de jurisdições.

O acordo faz parte de um conjunto mais amplo de medidas destinadas a «limpar» o sistema financeiro mundial.

Os suíços, que têm feito do sigilo bancário uma «marca» de identidade do país, parecem particularmente irritados com esta questão.

A associação de banqueiros privados suíços acusou os Estados Unidos e a Grã-Bretanha de «hipocrisia» porque os dois países também têm os seus próprios paraísos fiscais.

No caso britânico, são apontados vários territórios dependentes, desde ilhas das Caraíbas a Gibraltar e no caso dos Estados Unidos os suíços assinalam os Estados de Delaware e da Flórida, onde estão domiciliadas empresas estrangeiras que evitam que os ricos paguem impostos.