Numa nota de análise, a sociedade financeira de corretagem diz que o cenário é previsível «dado que é esperado um aumento de liquidez com o reforço de planos poupança-reforma».
«Os investidores do mercado doméstico tenderão a manter estratégias defensivas com elevada disponibilidade/liquidez nas carteiras e investimentos, perspectivando maturidades de Janeiro do próximo ano, valorizando as grandes capitalizações e baixo Price Earnings em sectores como utilities, energia e comunicações», afirma o analistas João Queiroz, no mesmo documento, reconhecendo que o mercado nacional está «com muito baixa liquidez» devido à aversão ao risco sentida actualmente.
Sobre o pacote de medidas aprovado nos Estados Unidos, o mesmo responsável entende que tal visa apenas auxiliar as instituições de crédito a renovar o seu equilíbrio financeiro, mas que, a prazo, «não se trata de uma medida suficientemente estruturante, apesar de ajudar a recompor a confiança» dos agentes económicos.
Volatilidade este mês é elevada
O pacote de medidas em causa pode «ajudar bastante» a reduzir as taxas de juro, seja na maior economia do mundo como no Velho Continente, para compensar a subida do prémio de risco e queda da despesa realizada pelas famílias e o investimento do sector empresarial.
«Se olharmos às obrigações, até final do ano, é possível assistirmos uma redução das taxas de juros, pela Fed e pelo BCE, entre 0,25 pontos e 0,50 pontos», estima João Queiroz.
Já sobre a queda de quase 10 por cento do índice nacional verificada esta segunda-feira, João Queiroz considera que «podemos ter batido no fundo, com grande probabilidade de se ter registado o mínimo do ano, mas creio que agora o mercado deve lateralizar, estagnar».
A LJ Carregosa prevê ainda que os Estados tenderão a facilitar, a prazo, as fusões e aquisições intercontinentais, de forma a forçar ganhos de sinergias e eficiência de custos.
Por estas razões, a volatilidade este mês deverá manter-se elevada.
RELACIONADOS
Euro cai 2% depois de dólar atingir recorde de 13 meses
Petróleo não pára de descer com medo da crise
Grupo Socialista diz que acções da UE para crise «pecam por tardias»
PSI20 cai como nunca em dia negro para as bolsas
Bolsas a pique em todo o mundo
Bush diz que «lei é vital para resistir à tempestade financeira»