A União Geral dos Trabalhadores (UGT) desafiou esta quinta-feira o Governo a rever a forma de cálculo das pensões sob pena de em 2010, mesmo com a redução da inflação, os pensionistas perderem poder de compra.

«As pensões tiveram um aumento em função da inflação passada, portanto uma inflação muito superior à previsível (para 2009) e portanto é de prever que os pensionistas em 2009 vão ter alguma melhoria do poder de compra, mas nós continuamos a insistir que a melhoria do poder de compra resulta de um decréscimo rápido da inflação e que a não ser corrigida a forma de (cálculo) evolução das pensões, em 2010 haverá um decréscimo do poder de compra das pensões», começou por defender o secretário-geral da UGT, citado pela agência Lusa.

Nesse sentido, «desafiamos o Governo a rapidamente discutir a questão da fórmula de cálculo das pensões para ser aplicada relativamente ao aumento das pensões a verificar em 1 de Janeiro de 2010», avançou João Proença.

2009 é ano imprevisível

O líder da UGT lembrou que as previsões para 2009 têm «um alto grau de imprevisibilidade» já que, como apontou, tem havido previsões diferentes para o próximo ano, desde o Governo que no Orçamento de Estado apontou 2,5 por cento, passando pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que previu 1,4% e acabando no Banco de Portugal que estimou 1%.

«É evidente que a inflação estará fortemente dependente do que aconteça em termos de crescimento económico, em termos da evolução do produto, se o produto decresce mais ou decresce menos e também em função dos produtos importados e particularmente dos preços dos preços dos produtos petrolíferos, por isso não é seguro que a inflação em 2009 será de um por cento», defendeu.

«De qualquer modo regista-se uma redução significativa da inflação que há-de ter efeitos positivos no nível de rendimento quer daqueles que vivem dos rendimentos do trabalho, quer dos salários, quer das pensões», concluiu.