Segundo uma nota do banco de investimento, o impacto será «de neutral a positivo e, tendo em conta a entrevista de Nuno Jordão (CEO do grupo), acreditamos que o valor implícito da transacção seja razoável».
O BPI refere igualmente que o negócio «encaixa na perfeição no portfólio da Worten», dada a semelhança de formatos com as nove lojas do grupo espanhol adquiridas, e «deve ser uma compra de valor elevado».
Mas nem tudo são pontos positivos: os analistas explicam que a aquisição surge numa altura em que o clima do consumo privado espanhol se encontra em deterioração, enquanto os níveis de produção da Boulanger são inferiores aos da Worten, dado que que o «retalhista espanhol aposta mais em Retail Parks, que normalmente têm vendas mais baixas do que os centros comerciais onde a maioria das lojas Worten se encontram localizadas».
15 lojas até 2010
Recorde-se que, segundo o presidente da Sonae Distribuição, a compra da Boulanger España faz parte dos planos da empresa de investir 50 milhões de euros até 2010, ano em que o grupo quer alcançar as 15 lojas em Espanha.
A operação em causa envolve a compra de, além das referidas nove unidades comerciais (que totalizam 22 mil metros quadrados de área de venda), um entreposto logístico de suporte à operação e um conjunto de três projectos licenciados para a abertura de novas unidades.
A aquisição está agora sujeita à não-oposição da Autoridade da Concorrência espanhola, sendo a sua conclusão expectável para o quarto trimestre.
As acções da Sonae SGPS seguem a valorizar 2,19 por cento para 0,70 euros.
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