«Espero que o Governo esteja atento a essa matéria e não se vá regredir novamente para a ordem dos 3,0 por cento» do PIB de défice orçamental, considerou o Presidente da República à chegada a uma reunião de oito presidentes não executivos de Estados-membros da União Europeia (UE), e citado pela agência «Lusa».
A Comissão Europeia decidiu segunda-feira, em Bruxelas, propor a saída de Portugal da lista de países com «défice excessivo» mas advertiu para a necessidade de Lisboa tomar medidas que evitem a deterioração do desequilíbrio das contas públicas em 2009.
Nas Previsões Económicas da Primavera 2008-2009 divulgadas, o executivo comunitário avisa que num «cenário de políticas inalteradas», o desequilíbrio negativo das contas portugueses poderá aumentar de 2,2% do PIB em 2008 para 2,6% em 2009.
Descontrolo orçamental nunca mais
«Vamos ver o que o governo responde a esse pedido de ambição (da Comissão Europeia), mas agora não podemos é regredir, temos de ter cuidado», disse Cavaco Silva, acrescentando que «há agora o sentimento generalizado dos políticos portugueses» de que Portugal não pode «voltar a uma situação de descontrolo orçamental».
Sobre as perspectivas de crescimento da economia portuguesa e europeia, Cavaco Silva considerou que «as notícias não são felizes» mas que, apesar da crise, «a economia europeia está a resistir melhor do que a economia norte-americana».
«Espero que, apesar de tudo, Portugal manifeste uma capacidade de resistência melhor do que noutras ocasiões», acrescentou.
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