O governo do Qatar anunciou esta quinta-feira ter contratado advogados internacionais para investigar os indícios de exploração de trabalhadores envolvidos na construção das infraestruturas para o Mundial de Futebol de 2022.


«O ministro do Trabalho, em nome do governo, encarregou o escritório DLA Piper de investigar todas as suspeitas, de forma independente, e a elaborar um relatório sobre a sua veracidade», afirmou Ali Ahmed Al Kholeifi,  conselheiro do ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar.


Segundo o conselheiro, será com base nas informações do relatório que «o governo tomará as medidas apropriadas para responder às acusações». Uma delegação internacional de defesa dos trabalhadores chegou, na passada segunda-feira, ao Qatar para analisar as condições de trabalho dos emigrantes.


Recorde-se que a 26 de setembro, o jornal inglês The Guardian publicou uma investigação com o título «A escravatura dos tempos modernos» que indicava que 44 nepaleses que trabalham nas infraestruturas para o Mundial teriam morrido no espaço de dois meses.


Os nepaleses constituem cerca de 40 por cento dos trabalhadores emigrantes no Qatar e são «vítimas de exploração e abusos que podem ser vistos como a escravatura moderna», referia o The Guardian.


A FIFA já manifestou a sua preocupação com estes indícios de exploração e garantiu que o assunto será discuto na reunião do comité executivo em Zurique.