O jornal Público escreve esta sexta-feira que a SAD do Santa Clara está penhorada e sob a alçada da justiça, tendo os saldos bancários penhorados por uma dívida de 5,5 milhões de euros ao Banco Santander, que é o principal credor da SAD açoriana.

Perante isto, diz o jornal, o Santa Clara ficou privado do subsídio do Governo Regional, bem como das verbas a receber pela transferência de Zaidu para o FC Porto. O único valor que recebe é das transmissões televisivas, que está a ser pago através de uma empresa.

Ora o Santa Clara já reagiu a esta notícia, através de um comunicado, no qual refere que «as contas da SAD estão, na sua totalidade, consignadas e contempladas no Relatório e Contas, por sua vez apresentado aos acionistas constituintes desta, não havendo qualquer ocultação de informação, tal como é, infundadamente, sugerido pela reportagem».

Mais adianta o comunicado que «tal como afirmado anteriormente, esta SAD encontra-se em fase de negociações para a celebração de um acordo com o Santander, principal credor, visando a redução da dívida criada pelas anteriores administrações e que nos foi sujeita».

No fundo, o Santa Clara diz que está a negociar um acordo com o principal credor, mas não nega a penhora das contas da SAD e não nega os processos judiciais ao seu presidente, Rui Cordeiro, que segundo o Público foi constituído arguido pelo juiz Carlos Alexandre, no âmbito de buscas dirigidas pelo Ministério Público, em novembro, sendo suspeito de vários crimes, entre os quais corrupção ativa e passiva, branqueamento de capitais e fraude fiscal.

Para além disso, ficam várias perguntas por responder, particularmente se é verdade que a penhora das contas surgiu na sequência da SAD ter falhado o cumprimento de acordos anteriores com o Santander, se é verdade que foram feitos pagamentos na ordem de 350 mil euros sem suporte documental, se é verdade que a primeira tranche da transferência de Zaidu, no valor de 1,5 milhões de euros, foi dada à Gestifute, se é verdade que pagou 519 mil euros de comissão pela transferência de Kaio Pantaleão para o Krasnodar tendo declarado apenas ter pagado 20 mil euros e se é verdade que não registou na FPF a comissão de 125 mil euros da transferência de Fernando Alexandre para o FC Porto.

Acusações que a reportagem do Público faz, citando documentos aos quais teve acessso, e às quais o comunicado não faz referência.