Roberto Martínez foi apresentado, esta segunda-feira, como o novo selecionador nacional de futebol de Portugal. O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, explicou que o organismo optou por iniciar já um ciclo novo, pensando até ao Mundial 2026, com o sucessor de Fernando Santos.
«Sublinho o sinal de coragem que nos dá a todos, uma vez que aceita suceder ao treinador mais titulado. Recebo-te em nome dos portugueses, seguro de que tudo farás para colocar a equipa de todos nós nas decisões das maiores provas internacionais. É um momento importante para a seleção», começou por dizer Fernando Gomes, que falou da opção da FPF após o Mundial 2022.
«Depois de um Mundial em que todos, a começar por mim, sentimos que Portugal podia ter ido mais longe, o desafio foi: levar o ciclo que levou em 2014 até ao Europeu de 2024, ou iniciar já o ciclo que visa chegar ao Mundial 2026 como um dos mais fortes candidatos ao título. A minha decisão, a nossa decisão depois de profunda ponderação, foi começar um ciclo novo. Permitam-me que seja muito claro: apesar de o nosso mandato terminar em 2024, cumpre-me tomar todas as decisões que assegurem uma transição segura e tranquila para o meu sucessor ou sucessora», afirmou.
Questionado pela comunicação social sobre se José Mourinho foi contactado para selecionador, como primeira opção, Fernando Gomes não foi claro e garantiu que a única «proposta concreta» foi para Roberto Martínez.
«O que interessou desde a primeira hora foi definir o perfil. Falámos, dentro desta procura e pesquisa, com muita gente. A única proposta que fizemos, concreta, para ser treinador, foi ao Roberto Martínez», apontou.
«Nas últimas semanas, definimos o perfil do novo selecionador em conjunto com os membros que acompanham a seleção A, Humberto Coelho, João Pinto e com José Couceiro. O novo selecionador teria de ser ambicioso, conhecedor do futebol internacional, habituado a treinar jogadores ao mais alto nível, com experiência nos melhores campeonatos e seleções. Nunca foi relevante o local de nascimento. Somos uma seleção formada por jogadores, que atuam, já atuaram ou irão atuar em diferentes países e campeonatos. O percurso de Roberto Martínez fala por si. Tem construído uma carreira com base na permanente aquisição de competências e trabalho», disse, ainda.
«Na primeira conversa com o Roberto Martínez, foi claro que estava perante um treinador que encaixava no perfil desenhado. Ele, tal como nós na Federação, acreditamos que Portugal pode e deve estar sempre na decisão das grandes competições. Significa, pelo menos, aceder às meias-finais em qualquer prova. É isso que ambicionamos, é o ADN da Federação», notou, também.
Roberto Martínez é o terceiro estrangeiro a comandar a seleção de Portugal. Os dois anteriores foram brasileiros, Otto Glória em duas ocasiões (1964 a 1966 e de 1982 a 1983) e Luiz Felipe Scolari (de 2003 a 2008).