O dirigente nacional do PS Augusto Santos Silva admitiu que a política do Governo foi desfavorável para a Função Pública, o que condicionou o resultado das autárquicas, mas prometeu a diminuição da pressão em 2008, informa a agência Lusa.

«Tivemos uma queda [nas sondagens] quando fizemos todas as maldades de 2005 [aos funcionários públicos] e, por isso, perdemos as autárquicas», referiu Santos Silva.

Falando em Ponte de Lima, no decorrer de um plenário distrital de militantes do PS, aquele dirigente, que é também ministro dos Assuntos Parlamentares, respondia assim ao deputado Jorge Fão, depois de este ter sublinhado a necessidade de o partido «falar mais ao coração» dos funcionários públicos: «A moderação salarial e o congelamento das carreiras na função pública foram factores essenciais, travões automáticos, da despesa».

Santos Silva disse ter consciência que «uma parte dos funcionários públicos está muito zangada» com o Governo, mas também sublinhou que muita da contestação pública tem estado a cargo de «60 funcionários do PCP», responsáveis pela «manifestação ambulante» que na zona do Alentejo «anda atrás do primeiro-ministro para todo o lado».

Mesmo assim, frisou que em 2008 a pressão sobre a função pública vai aliviar, aludindo nomeadamente ao aumento salarial de 2,1 por cento e ao descongelamento da progressão nas carreiras.