Para o especialista, o bullying, isto é, a intimidação, humilhação ou até mesmo agressões realizadas por alguns alunos contra outros afecta tanto rapazes como raparigas, mas verifica-se de maneira diferente. No caso dos rapazes, a violência é física, enquanto as raparigas sofrem uma «pressão psicológica».
No âmbito do lançamento do livro «Bullying - prevenção da violência na escola e na sociedade», realizado na tarde desta quinta-feira, Carlos Poiares revelou ao PortugalDiário as bases da sua intervenção intitulada «Comunidade e escola - estratégia de inclusão».
Pais devem estar mais atentos
Mais de metade dos alunos portugueses já foram vítimas de violência escolar, revelam vários estudos e análises, realizadas em Portugal. Mas para Carlos Poiares estes números podem baixar, para isso é necessária a aproximação entre a escola, a família e os alunos.
«Há a necessidade de prevenção pensada «em triângulo»: escola, família e alunos. As famílias devem aproximar-se da escola e isto pode ser feito com o intermédio das autarquias», afirmou.
Segundo Carlos Poiares, este é um dos pontos de partida para a prevenção do chamado bullying. «É necessário que os pais se apercebam dos sinais que os filhos transmitem quando são vítimas de violência escolar».
Em casa nem sempre é fácil comunicar com os filhos, que na idade da adolescência se fecham mais e evitam a todo o custo os «contactos familiares», mas para o especialista é necessária mais abertura nas relações até porque nem sempre é fácil «identificar os indícios» em vítimas de violência escolar.
«Por exemplo se o aluno tem más notas nas escolas isto pode ser um sinal de que algo não está bem, e cabe aos pais tentarem perceber o que está por trás desta situação», afirmou.
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