Artigo actualizado às 14h20

Centenas de professores do Porto, Aveiro, Coruche, Gaia, Coimbra e Ourém estão já no Marques de Pombal e Parque Eduardo VII, em Lisboa, para a manifestação contra a política do Ministério de Educação, escreve a Lusa.

Enquanto alguns manifestantes procuram os restaurantes da zona para almoçar, outros optam por improvisar piqueniques no parque Eduardo VII.

Professores: o maior protesto de sempre

Manif condiciona trânsito em Lisboa

Os manifestantes vão concentrar-se na Praça Marquês de Pombal, em Lisboa, pelas 15:00, e desfilar em direcção ao Terreiro do Paço, o que implicará o corte da circulação automóvel.

120 polícias

Cerca de 120 elementos da PSP vão acompanhar a manifestação de professores marcada para esta tarde, segundo números estimados, no Porto, pelo ministro da Administração Interna.

Falando à margem de uma visita à urbanização de Vila d`Este, em Gaia, Rui Pereira disse que os efectivos escalados para acompanhar o protesto de docentes são, em número, cinco vezes inferiores aos destacados para o recente jogo Sporting-Benfica, que foi de 600 polícias.

«Ao contrário do que foi anunciado, [o dispositivo] é muito menor do que o mobilizado para o recente desafio de futebol Sporting-Benfica», frisou o ministro.

O ministro da Administração Interna declarou-se ainda «absolutamente tranquilo» relativamente à manifestação e à postura que as forças de segurança vão evidenciar.

Rui Pereira considerou que «qualquer atitude contrária, é uma excepção e será investigada, como sempre, ao nível da Inspecção-Geral da Administração Interna ou dos comandos das forças».

As primeiras a chegar

Três professoras do Porto foram as primeiras a chegar hoje, de autocarro, ao Marquês de Pombal.

Emília Soares, 55 anos, Joana Magalhães, 27, e Maria José Barros, 54, são professoras do 1º ciclo e disseram à Agência Lusa que muitos outros autocarros partiram do Porto rumo a Lisboa para este protesto.

As três professoras disseram à Lusa que o principal motivo que as levou a participar tem a ver com o modelo de avaliação de desempenho dos professores elaborado pelo governo, mas também com a carga horária a que estão sujeitas devido à introdução nas escolas das actividades de enriquecimento extra-curricular.

«Trabalhar até às 17.30 não é verdade, porque levamos tudo para corrigir em casa», disse à Lusa Emília Soares.

Joana Magalhães, por seu lado, queixou-se de que, quando os professores das actividades extra-curriculares faltam, tem de os substituir, fora do seu horário, e sem que lhe paguem as horas.

As professoras apresentam-se nesta marcha vestidas de preto e com faixas brancas onde se lê, a negro, «Assim não se pode ser professor».

Sempre fomos avaliados

Sobre o modelo de avaliação de desempenho, rejeitaram a ideia de que os professores não querem ser avaliados: «Sempre fomos (avaliados), só que com tanta papelada e tanta burocracia, não faz sentido algum, estamos a perder tempo que devia ser para os alunos», disse indignada Emília Soares.