Segundo os documentos a que o PortugalDiário teve acesso, apesar da aposta do executivo de José Sócrates na internet, os utentes da Segurança Social não acedem ao site da mesma.
A maioria, 78,3 por cento, nunca acedeu à página da Segurança Social e 89,6 por cento nunca utilizou o serviço de Segurança Social Directa. Apesar de tudo, comparando com os valores de 2004, há um acréscimo: os 13 por cento registados então subiram para 21,7 por cento em 2007.
Utentes satisfeitos
Num dos itens dos inquéritos realizados a 558 clientes da Segurança Social distribuídos por 10 Serviços de Atendimento do Distrito de Lisboa, «Avaliação global do serviço prestado no atendimento da Segurança Social», a maioria deu nota positiva.
Mais de metade dos utentes questionados, 59,9 por cento, era do sexo feminino. 56,6 por cento estava no escalão etário dos 25 aos 44 anos e 32,5 por cento entre os 45 e 64 anos, ou seja, em idade activa.
Dos 558 inquiridos apenas 42 pessoas foram tratar de mais do que um assunto. E 69,4 por cento deslocou-se pela primeira vez ao serviço de atendimento. No entanto, 30,6 por cento dos clientes já ali tinha estado, uma ou mais vezes, pelo mesmo motivo.
O lado negativo
No lado dos pontos negativos dos serviços de atendimento destaca-se o «tempo de espera» para ser atendido (43,6 por cento); o difícil acesso «a pessoas com mobilidade condicionada» (24,4 por cento) e o desagrado relativamente à Segurança Social (22, 2 por cento).
Mas além destes aspectos, 20 por cento dos utentes também se queixa da pouca «clareza das cartas que recebe da Segurança Social» e dos «impressos utilizados».
Dentro destes aspectos, o subsídio de desemprego e o Rendimento Social de Inserção (RSI) surgem como os assuntos com o pior atendimento. Na maioria das situações devido à falta de «clareza e rigor da informação prestada» e à «resolução dos assuntos». São aliás, os principais causadores da reincidência das deslocações dos utentes.
Funcionários sem email
Em todo o país, a Segurança Social tem 1848 colaboradores a desempenharem funções nos serviços de atendimento, ou seja, no front office, mas apenas 1340 têm email atribuídos e só esses responderam ao questionário.
A maioria dos trabalhadores que participou é do sexo feminino (77,4 por cento). Tendo a faixa etária dos 41 e 60 anos predominância, com 75,4 por cento. Entre 51 e 60 anos o valor encontrado foi de 44.
Quanto às habilitações literárias, o relatório constatou que «metade dos colaboradores detém o ensino secundário (54,4 por cento) e quase um terço (30,9 por cento) concluiu o actual 9º ano de escolaridade».
Há 20 anos no serviço
Mais de metade destes funcionários está na área do atendimento há mais de 20 anos (52,2 por cento). E a maioria ocupa esse lugar desde que ingressou no ministério. Talvez por isso, cerca de 80 por cento «não quer mudar de funções». Quem quer tem mais habilitações literárias e está há menos tempo «ao balcão».
A qualidade do atendimento é avaliada de forma positiva por 70,7 por cento. Para melhorar sugerem: melhores condições físicas das instalações e do sistema informático, reforço dos recursos humanos e atendimento personalizado.
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