O treinador do Sp. Braga, Artur Jorge, assumiu este sábado que Álvaro Djaló tem jogado abaixo do que pode fazer, na antevisão ao jogo com o Farense.

O técnico bracarense afirmou que o próprio jogador sabe isso mesmo e que o assunto já foi tema de conversa entre os dois.

«É inegável isso e ele é capaz de admiti-lo, tenho tentado perceber com ele o que se passa. Os jogadores são os primeiros a serem muito exigentes com eles e alguns cobram-se mais que outros e são mais críticos para eles próprios. Ele tem perfeita consciência que não tem sido o mesmo Álvaro desde que veio de lesão, já fez sete ou oito jogos, não é falta de ritmo ou de condição», afirmou.

«Tenho tentado perceber junto dele se é por estar vendido para [o clube] A ou B, se é por o mercado já estar feito e se a cabeça dele continua aqui totalmente comprometida. A quebra de rendimento é por mais evidente e, além do treinador e dele, os próprios colegas sentem isso, que ele pode dar mais do que tem dado porque tem acrescentado pouco, na verdade», continuou.

Artur Jorge abordou ainda a situação de Rony Lopes, internacional português que tem somado poucos minutos: «As opções são sempre tomadas em função do desempenho nos treinos e as apostas nos que treinam, que lutam, que se esforçam e que querem fazer parte das primeiras opções, essa justiça é inegociável para mim.»

Sobre o mercado, o timoneiro do Sp. Braga revelou ainda que o clube, que viu sair Castro, André Horta e Al Musrati, tentou contratar um ponta de lança, «mas não conseguiu chegar a quem queria».

«Nunca será só uma decisão do presidente, tudo o que é feito aqui dentro é em função de um bem comum e depois há um decisor final, o presidente, mas eu também faço parte da mesa onde estas questões se discutem, eu incluo-me nas decisões também. Sensação de desinvestimento do plantel? É importante perceber o contexto e a envolvência em que estamos para perceber porque saíram mais jogadores do que tem entrado, mas isso não justifica o que quer que seja e muito menos os resultados.»

O conjunto minhoto atravessa uma fase complicada da época, e questionado sobre uma eventual intranquilidade, Artur Jorge defendeu que mais do que a idade dos jogadores, interessa a personalidade.

«Porque a intranquilidade não se justifica com maturidade. Podia lembrar [jogadores como] Victor Gómez, Niakaté, Vítor Carvalho, Zalazar, Abel Ruiz ou Álvaro Djaló. O facto de haver vários jogadores experientes não significa que não haja algum desequilíbrio emocional, porque, por exemplo, o desempenho do Abel Ruiz, em janeiro, quando não estava cá o Banza, não me venham dizer que é por falta de qualidade, é porque emocionalmente estava perturbado, porque é um jogador que tem muita mais qualidade do que a deu. A segurança tem mais a ver com personalidade do que com maturidade ou idade, posso ter um jogador de 30 ou 40 anos que acuse alguma instabilidade», referiu.

De resto, o treinador de 52 anos admitiu que a «equipa precisa de ganhar este jogo para aumentar os índices de confiança, depois das derrotas duras frente a Sporting e Qarabag.

«Os resultados deixam mossa e é preciso duas vitórias seguidas boas para ajudar a equipa a voltar a estar como há uns tempos, porque o treinador não mudou e os jogadores também não.»

Arián Marín e Bruma, lesionados, são baixas certas, ao passo que Ricardo Horta é dúvida: «Temos 24 horas para tomar uma decisão, mas com a noção de que queremos que a utilização não comprometa o Ricardo [Horta] para os jogos seguintes.»

O Sp. Braga recebe este domingo o Feirense, a partir das 20h30.