Foi a receita do chef Artur Jorge para o dérbi do Minho: entrar forte, marcar e adormecer. Foi assim o triunfo do Sp. Braga sobre o Moreirense que valeu a conquista de três preciosos pontos e a recuperação do 4.º lugar.

Depois de uma entrada forte, Abel Ruiz colocou os bracarenses em vantagem. Os cónegos equilibraram, mas só na parte final da partida é que conseguiram criar perigo, com Madson a fazer a barra de baliza tremer e colocar os nervos dos adeptos arsenalistas em franja. Ouviram-se muitos assobios para a equipa de Artur Jorge.

Cher Ndour no banco

Quando faltava apenas uma hora para o início da partida, começaram a entrar agentes da Polícia de Segurança Pública no estádio. Ato contínuo, timidamente, começaram a surgir os primeiros adeptos e as dúvidas eram desfeitas: iria mesmo haver jogo! Os bracarenses tinham a oportunidade de defender o 4.º lugar, depois de ultrapassados pelo Vitória de Guimarães, e os cónegos podiam tentar aproximar-se do 5.º posto.

Artur Jorge fez quatro alterações no onze depois do empate (1-1) caseiro com o Chaves. Mendes, Serdar, Pizzi e Al Musrati saíram da equipa para dar lugar a Victor Gomez, José Fonte, João Moutinho e Vítor Carvalho. Cher Ndour estreou-se no banco de suplentes dos guerreiros. Já Rui Borges trocou apenas uma peça no xadrez que bateu em casa o Famalicão (1-0). Matheus Aiás saiu para dar lugar ao ex-Sp. Braga Luís Asué.

Os guerreiros entraram muito fortes e cedo chegaram à vantagem. Jogada pela direita, cruzamento de Zalazar e Abel Ruiz a aparecer ao primeiro poste a abrir o marcador. O golo teve o condão de estragar a primeira metade, que tinha começado viva. O jogo arrefeceu e os motivos de interesse quase desapareceram de campo. A exceção que confirma a regra foi dada por Zalazar, que disparou uma bomba à entrada da área que aqueceu as mãos de Kewin Silva.

Já o Moreirense quase não existiu no ataque. Depois da entrada em falso, conseguiu começar a ter bola, mas o último terço parecia zona proibida e Matheus teve 45 minutos descansados. O melhor que os cónegos conseguiram saiu dos pés de João Camacho que, depois de entortar os rins de Victor Gomez, rematou por cima.

Bola na trave gelou a pedreira

Na segunda parte pouco mudou. O Moreirense tentou chegar mais vezes à frente de ataque, mas o facto é que Matheus pouco trabalho teve. Rui Borges fez alterações para dar mais tração à frente de ataque e trocou os dois médios, fazendo entrar Castro, aplaudido de pé na Pedreira.

A formação arsenalista, aqui e ali, chegava com perigo à baliza cónega, contudo, na maioria das vezes, havia tanta cerimónia na hora do remate que o perigo passava. Quando isso não acontecia, estava lá Kewin. Foi o que aconteceu ao minuto 60 com o remate frontal de Zalazar para boa estirada do guardião brasileiro.

Com o passar do tempo, a formação forasteira começou a aproximar-se ainda mais da baliza arsenalista e os adeptos locais começavam a dar nota de alguma impaciência. E quase foram aos arames a cinco minutos do fim com um remate à trave de Madson. A turma bracarense tremeu, mas não caiu e segurou os três preciosos pontos.