Ousmane Diomande partiu para a CAN há cerca de mês e meio como titular indiscutível do Sporting na primeira metade da época: regressa agora como campeão, ao serviço da Costa do Marfim, mas pode bem ter perdido esse estatuto.

E porquê?

Porque Eduardo Quaresma, outrora alvo de alguns reparos públicos de Ruben Amorim – o treinador dos leões pedia sobretudo consistência ao jovem formado em Alcochete – aproveitou a ausência do colega marfinense, assim como a do lesionado St. Juste, para se fixar no onze... e com alto rendimento.

FC Porto, o início de tudo

O bom momento de Quaresma, curiosamente, teve início ainda antes da ausência prolongada de Diomande: depois de dois empréstimos a Tondela e Hoffenheim, o defesa português não estava a ter vida fácil no regresso ao Sporting.

Mas a 18 de dezembro do ano passado, face à lesão de última hora de Coates, Ruben Amorim confiou-lhe a titularidade: Eduardo Quaresma não só correspondeu, como foi um dos melhores em campo.

Esse elã dura até aos dias de hoje: este domingo, por exemplo, o futebolista de 21 anos voltou a estar em grande na goleada frente ao Sp. Braga e estreou-se inclusivamente a marcar de leão ao peito.

Ora, com Diomande de volta, é previsível que os dois lutem por um lugar no lado direito do trio de centrais do Sporting: por isso, o Maisfutebol foi à procura de facilitar a vida de Ruben Amorim e perceber qual dos dois tem apresentado melhor rendimento esta temporada, com base nos números fornecidos pelo nosso parceiro, Sofascore.

Spoiler alert: não é fácil perceber.

Equilíbrio: nota dominante

Desde logo, o equilíbrio é notado na média de pontuação geral: em nove jogos, Eduardo Quaresma tem uma média de 7.09 (em 10); Diomande tem uma média de 7 em 15 jogos.

Defensivamente, é preciso dizê-lo, o atleta marfinense contratado há cerca de um ano leva uma ligeira vantagem: Diomande soma mais alívios por jogo, faz mais desarmes, é menos vezes driblado e ganha mais duelos áereos.

O central de 20 anos é também mais forte na construção: ganha em parâmetros como os toques por jogo, os passes precisos e os passes chave – nesse capítulo, só perde na eficácia do passe longo.

Eduardo Quaresma, por sua vez, destaca-se na maior quantidade de remates bloqueados por partida, assim como de interceções e duelos ganhos pelo chão.

Ora, apesar de apresentar números menos fortes do que Diomande na construção, o internacional sub-21 português soma menos perdas de bola por jogo, além de cometer menos faltas. Em sentido contrário, é mais vezes parado através de infrações do que o marfinense.

Contas feitas, repetimos a ideia inicial: o equilíbrio é nota dominante na comparação da prestação de Eduardo Quaresma e Ousmane Diomande: Ruben Amorim tem aqui uma dor de cabeça, mas talvez estas sejam as dores de cabeça que o treinador do Sporting não se importe de ter.