Figura: Ricardo Horta

O herói dos bracarenses. Braga não vai dormir e a culpa é (quase toda) de Ricardo Horta. O internacional português ajustou contas com o destino e anotou o golo que decidiu a final: à meia-volta na sequência de um ressalto. O extremo tinha contas saldar consigo mesmo e com o destino como se disse: enviou uma bola à trave e viu Alex Telles «roubar-lhe» um golo certo. Ninguém merecia marcar mais que Horta.


Momento: Horta salda as dívidas e oferece a segunda Taça da Liga ao Sp. Braga, minuto 90+5

O jogo parecia encaminhar-se lentamente para os penáltis. Quando nada o fazia prever, apareceu o internacional português no coração da área, a rodar sobre si próprio e a fazer a bola entrar na baliza de Diogo Costa, caprichosamente. Dupla explosão de alegria na bancada dos bracarenses: primeiro pelo golo e depois pela confirmação do VAR. Um pontapé para a história, no fundo.


Outros destaques:

João Palhinha: se Horta não tem feito o golo, a distinção de melhor jogador em campo era sua. Encheu o campo! Notável a capacidade de recuperar bolas, de ganhar duelos e de fazer a bola circular pelos corredores. Impressionante o desarme que Palhinha fez a Marega (61m) a compensar o erro de Wallace. É um trabalhador silencioso que raramente é acompanhado com atenção. Está um senhor jogador e incompreensivelmente não tem lugar no Sporting – clube a que pertence.

Raúl Silva: nem parece que esteve dez meses afastado. O brasileiro jogou simples, não complicou e anulou por completo Marega. Ainda que tenha acumulado faltas desnecessárias, sobretudo quando os adversários estavam de costas, foi fulcral nas disputas aéreas. O ferro impediu-o de ser figura de proa nos descontos quando o seu cabeceamento esbarrou na trave. Em suma, esteve em bom plano tal como Bruno Viana.

Fransérgio: foi um box-to-box puro. É um médio fortíssimo em condução e provou-o esta noite, rompendo as linhas portistas. Fransérgio soube ter critério com bola, tal como Palhinha, e teve um papel decisivo na circulação da equipa de Ruben Amorim. O brasileiro tem chegada à área e a prova disso foi o lance que originou o golo de Horta.

Galeno: é tão, mas tão rápido. Impressiona quando começa a correr e deixa com adversários para trás. A par de Horta, o brasileiro teve as principais iniciativas de perigo dos guerreiros do Minho. Para além de um passe de morte para Fransérgio no início, o ex-FC Porto somou um par de arrancadas que deixaram a defesa portista em sobressalto. Falta-lhe definição e regularidade e por isso foi o primeiro a sair para o lugar de Trincão.