«Football, bloody hell.»

A frase é de Sir Alex Ferguson, mítico treinador do Manchester United, e talvez nunca passe de moda. Dificilmente passará, aliás.

Depois de três finais consecutivas – duas ganhas e uma perdida, o ano passado – o Sporting vai assistir ao jogo decisivo da Taça da Liga no sofá, depois de ter perdido esta noite frente ao Sp. Braga, em Leiria.

Ruben Amorim havia reforçado a importância que dá a este troféu na véspera da partida, não tivesse o treinador verde e branco nove conquistas na carreira. Os leões fizeram de tudo para fazer vontade ao seu timoneiro, mas os Gverreiros do Minho levaram a melhor. E que guerreiros foram.

Amorim deu continuidade a Trincão, Artur Jorge abdicou da referência ofensiva

No Sporting, Amorim optou por dar continuidade ao bom momento de Francisco Trincão, apesar do regresso de Marcus Edwards ao onze. Paulinho foi o sacrificado. No Sp. Braga, ainda sem Banza, Artur Jorge optou por retirar uma referência ofensiva ao adversário e «sentou» Abel Ruiz. Rodrigo Zalazar entrou para o onze e Álvaro Djaló jogou solto na frente.

Mas a aposta do técnico dos minhtos, é justo dizê-lo, não pagou dividendos.

FILME E FICHA DE JOGO.

Com uma dupla de centrais pouco confortável no momento com bola – José Fonte e Paulo Oliveira –, a formação de Braga viu-se obrigada, muitas vezes, a apostar na bola longa. Só que Djaló não é propriamente especialista nesse capítulo, nem Ricardo Horta ou Zalazar, e por isso os nortenhos foram presa fácil para o leão.

Uma, duas, três... houve bolas no ferro para todos os gostos

Confortável na partida, o Sporting manteve o jogo afastado da baliza de Franco Israel e soube criar desequilíbrios no ataque: quer na profundidade de Gyökeres, nas combinações de Pedro Gonçalves ou nas investidas de Nuno Santos no lado esquerdo.

Só deu verde e branco na primeira parte, diga-se.

Foram 11 remates dos comandados de Ruben Amorim contra dois, 62 por cento de bola, e inúmeros assaltos à baliza de Matheus: três embateram nos ferros, outros tantos o guarda-redes bracarense resolveu e nas restantes vezes a ineficácia verde e branca fez o resto.

E o intervalo pouco ou nada mudou.

O Sp. Braga continuou a demonstrar as mesmas dificuldades, o Sporting continua a aproveitá-las. E até a ineficácia se manteve.

Abel Ruiz, cinco minutos bastaram

Artur Jorge percebeu isso, devolveu à equipa a sua matriz natural com a presença de Abel Ruiz como ponta de lança, e a cara dos Gverreiros do Minho transformou-se

A melhoria foi quase imediata, e sustentada com um golo. Cinco minutos depois de entrar, Abel Ruiz foi descoberto por Zalazar e cabeceou para a baliza de Franco Israel.

Tantas vezes que o Sporting foi à fonte e nunca conseguiu partir o cântaro. O Sp. Braga, por sua vez, na primeira vez que teve uma real oportunidade, marcou. Como diz Alez Ferguson – «Football, bloody hell.»

O jogo já tinha mudado, a balança começou a pender para Braga, e de lá não saiu. Confortável com as linhas baixas, os bracarenses fecharam a baliza de Matheus a sete chaves e não permitiram grandes aventuras ao adversário.

O Sporting tentou até ao fim, forçou com vários homens no ataque – Amorim pôs Paulinho ao lado de Gyökeres, por exemplo –, mas não mais conseguiu encontrar o caminho para o golo. O caminho que tantas vezes encontrara na primeira hora de jogo, mas sem nunca conseguir abrir a porta.

Há dias assim. O futebol, esse bloody hell, esta noite sorriu ao Sp. Braga. Vai disputar a final da Taça da Liga no sábado, frente a Benfica ou Estoril, os outros semifinalistas.