O Rio Ave está nas meias-finais da Taça de Portugal, depois de um triunfo sofrido e à tangente, por 1-0, sobre a Académica.

Foi um jogo fraco, excessivamente calculista, com receios mútuos e pouca imaginação.

Sim, é verdade: o mau estado do relvado também não ajudou. Mas a culpa principal do mau espetáculo foi mesmo dos protagonistas.

A primeira parte, então, foi de uma pobreza franciscana. Oportunidades quase inexistentes, ritmo lento, escassa emoção.

Um dos sinais do espetáculo pobre até ao intervalo foi o facto dos melhores jogadores de cada conjunto terem sido os laterais. E, curiosamente, os laterais-direitos: Lionn, do lado do Rio Ave (bons cruzamentos e claro balanceamento ofensivo), e Marcelo Goiano, por parte da Académica.

No segundo tempo, o jogo melhorou ligeiramente. Depois de uma primeira metade com sinal mais do Rio Ave, a Académica dava mostras de também querer tentar a sua sorte antes dos 90 e ensaiou alguns lances ofensivos.

Num deles, após canto, Tiago Pinto desviou a bola sobre a linha, evitando à pele o 0-1. Pouco depois, Salvador Agra remata a rasar o poste.

Na resposta, Ukra, primeiro, e Braga, depois, quase fizeram o 1-0.

O jogo abriu, as equipas arriscavam mais. Mas o tempo passava e muitos já auguravam o prolongamento.

Até que Ricardo, que estava a fazer boa exibição, decidiu facilitar. O guarda-redes da Académica saiu dos postes, e bem, para evitar lance de perigo de Hassan, mas «ofereceu» a bola a Braga, ainda muito longe dos postes. O médio-ofensivo agradeceu e fez o 1-0.

O Rio Ave festejou a passagem sem ter feito grande exibição. Mas a noite (fria), o campo (mal tratado) e as equipas (desinspiradas) não estavam para notas artísticas.