Doze federações de futebol do Médio Oriente Ocidental exigem que Israel seja banida das provas de seleções. Numa carta enviada à FIFA e à UEFA, o grupo liderado por Ali Bin Al Hussein, príncipe da Jordânia e presidente da Federação de Futebol da Ásia Ocidental, aponta às «atrocidades» cometidas na guerra «contra o Hamas em Gaza». As 12 nações – entre as quais Palestina, Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes Unidos – exigem, por exemplo, a saída de Israel do play-off de qualificação para o Europeu deste ano.

«Apelamos para se juntarem na tomada de uma posição decisiva contra os crimes de guerra cometidos na Palestina, condenando o assassinato de civis inocentes, a destruição das infraestruturas de futebol, e assumindo uma frente unida no isolamento da Federação Israelita de Futebol», lê-se na referida carta, que, assim, exige punição idêntica àquela aplicada à Rússia, aquando da invasão à Ucrânia, em 2022.

Ainda assim, esta quinta-feira, à margem do 48.º Congresso do Comité Executivo da UEFA, o secretário-geral do organismo, Theodore Theodoridis, esclareceu que o assunto não integrou a ordem de trabalhos, até porque, referiu, os dois conflitos em causa são «completamente diferentes».

Em sentido idêntico, o CEO da Federação Israelita de Futebol, Niv Goldstein, instou os organismos de decisão a não misturarem política com desporto.

«Somos contra o envolvimento de políticos no futebol. Portanto, estamos concentrados apenas nas questões desportivas e o nosso sonho é estar no Europeu. E, obviamente, consideramos muito diferente a nossa situação com outras que acontecem no mundo», argumentou, em entrevista à Sky.

O conflito entre o Exército de Israel e as forças islâmicas posicionadas na Palestina e no Líbano escalou a 7 de outubro, quando membros do Hamas invadiram solo «inimigo» e mataram, pelo menos, 1200 pessoas.

A referida carta do príncipe da Jordânia não menciona estes factos, ainda que sublinhe o «compromisso de defender os direitos humanos».

Israel foi banida da Confederação Asiática em 1974, integrando a UEFA como membro fixo em 1994. A seleção israelita nunca se qualificou para um Europeu, mas integra o play-off de qualificação.

A 21 de março, Israel mede forças com a Islândia. Em caso de triunfo, a seleção da «Estrela de David» jogará, a 26 de março, com o vencedor do encontro entre Bósnia e Herzegovina e Ucrânia.