Má estreia de Costinha, um passo bem firme do Vitória. O Bonfim viu uma partida entre dois rivais diretos por um mesmo objetivo, viu um antigo internacional português vestir o fato de treinador pela primeira vez e fez fé na maior experiência de José Mota, Zé Pedro e Bruno Amaro.

Fez fé também na consistência de betão de Miguel Lourenço e Jorge Luiz. Venceram os sadinos com justiça apesar da aflição em que uma boca de Ney os meteu. O Beira Mar fica a oito pontos do Vitória, num lugar de descida. No Bonfim, não dá para baixar os braços, mas com três triunfos consecutivos, o ar que se respira é bem melhor. Costinha, o ministro, tem uma pasta bem difícil de gerir em Aveiro.

Golo e expulsão

O Beira Mar entrou no jogo pela direita. Nelson Pedroso foi obrigado a cometer duas faltas sobre Serginho, mas esses minutos de assomo aveirense duraram muito pouco tempo. Assim que Fleurival atirou ao lado, de cabeça, o Vitória equilibrou o jogo. Deu profundidade aos flancos, onde estavam Miguel Pedro e Pedro Santos, e começou a surgir na frente.

Cruzamento da direita, cruzamento da esquerda, os sadinos «sobrevoavam» a área aveirense e quando Zé Pedro bateu dois cantos consecutivos o efeito que a bola levou do vento foi tal que se percebeu que podia ter alguma influência. Ora, ato contínuo, canto do lado contrário. Miguel Pedro cobrou, o Beira Mar fica a ver jogar e Miguel Lourenço cabeceou para o fundo das redes de Rui Rego.

Aos 13 minutos, já não havia dúvidas de quem era a melhor equipa no Bonfim. E quem as tivesse, bastava perguntar o resultado.

Dos 13 aos 35 minutos, um livre do Beira Mar, que Kieszek defendeu sem dificuldade, e outro de Zé Pedro, traiçoeiro, que Rui Rego salvou sobre a linha com uma defesa se recurso.

O jogo estava neste termos: o Vitória tinha controlo e o Beira Mar só colocava alguma coisa em causa quando tinha ao dispor uma bola parada. Até que Ney terá dito qualquer coisa a Cosme Machado. O que foi não se sabe, mas o juiz considerou grave, pois trocou um cartão amarelo que já levava na mão por um vermelho que foi buscar ao bolso.

Mais um remate de Miguel Pedro e equipas para o descanso: uma com dez unidades, outra com onze.

Um jogo de duplas

Costinha tirou o trinco, Fleurival, para a segunda parte. Fazia sentido, com mais uma unidade, o camisola 6 não era preciso. A necessidade era colocar alguém com outro futebol, mais técnico e visionário. Entrou Rúben Ribeiro.

Só que o Vitória tinha a organização de um exército. Começava nos comandantes do meio-campo, Amaro e Zé Pedro, acabava na dupla de centrais, intransponível. O betão que Mota tinha em frente à área era uma garantia e obrigava o Beira Mar a rematar de longe, sem perigo.

Após um ímpeto inicial dos aveirenses, os sadinos tornaram a ser mais perigosos, tão perigosos que com dez unidades primeiro e depois 10 para 10 depois, estiveram bem mais perto do 2-0 do que do 1-1.

O alívio que suspirou das bancadas do Bonfim com o apito final indicou a importância do terceiro triunfo consecutivo. No entanto, houve sofrimento a mais para aquilo que se passou em campo.

O Vitória foi melhor no jogo e foi melhor no coração, algo em que, já se sabe, é difícil bater os sadinos.