Os acionistas da SAD do Vitória de Guimarães aprovaram nesta quinta-feira o relatório de gestão e contas de 2020/21, que encerrou com um resultado líquido negativo de 8,2 milhões de euros, informou o clube.

«Com 97,9% da estrutura acionista representada, a assembleia geral aprovou as contas por ampla maioria. De igual modo foi validada a proposta de aplicação de resultados», lê-se no comunicado publicado no site dos vitorianos.

Segundo os números conhecidos em 21 de setembro, a SAD do Vitória de Guimarães apresentou o primeiro resultado líquido negativo desde a época 2013/14, depois de seis exercícios consecutivos no verde.

O conselho de administração, presidido por Miguel Pinto Lisboa, justificou o sucedido com o «decréscimo de sete milhões de euros nos resultados operacionais», fruto da «ausência das competições europeias» e do «efeito direto da pandemia de covid-19 nas receitas de sponsorização e de bilhética».

Os responsáveis vimaranenses justificaram ainda a subida de custos com a política de continuidade da maioria dos jogadores da equipa principal, que, na perspetiva do Vitória, se vai traduzir numa «mais-valia relevante para a operação da SAD», a «curto prazo», com a «retoma da confiança do setor», que se retraiu em 2020/21.

Já o ativo passou dos 27,86 para os 57,85 milhões de euros, enquanto o passivo subiu dos 23,45 para os 61,68 milhões.

O capital próprio positivo de 4,4 milhões de euros em 2019/20 transformou-se assim num valor negativo de 3,8 milhões no mais recente exercício, o que corresponde a uma situação de falência técnica.

O Vitória refere, no entanto, que alguns jogadores do plantel têm «um valor muito superior ao espelhado» no ativo, como são os casos de Marcus Edwards – avaliado em 150 mil euros -, e de vários jogadores provenientes da formação, ainda sem «valor de relevo para efeitos de ativo», como André Almeida, Tomás Händel, Gui, André Amaro, Hélder Sá e Herculano Nabian.

O clube também informou que adiou o pagamento da segunda tranche da compra das ações da SAD a Mário Ferreira, o antigo detentor da maioria da capital da sociedade, depois de fixada a data de 31 de agosto como prazo-limite.

Pedro Vinagreiro substitui Fernando Marques na SAD do Vitória de Guimarães

Pedro Vinagreiro, um dos vice-presidentes do Vitória de Guimarães, tornou-se vogal do conselho de administração da SAD, no lugar de Fernando Marques, que deixou essa função e também a de vice-presidente no clube.

«O Vitória Sport Clube informa que Fernando Marques cessou funções enquanto vice-presidente do clube e administrador da SAD, assim concluindo um ciclo iniciado em julho de 2019. Será continuado com a nomeação de Albino Teibão para a vice-presidência e com a cooptação de Pedro Vinagreiro para a administração da SAD», lê-se no comunicado dos vitorianos.

A SAD minhota anunciou a decisão na assembleia geral de acionistas, vincando que Pedro Vinagreiro assumiu o lugar de Fernando Marques, depois de ter conduzido as «obras de requalificação da academia» e a edificação em curso do miniestádio de 2.500 lugares como vice-presidente para as áreas do património e das infraestruturas.

«Dada a relevância destas intervenções para a evolução da atividade das equipas profissionais de futebol da Vitória SAD, Pedro Vinagreiro passa também a assumir funções na sociedade desportiva», justificam os vimaranenses, através do comunicado.

O Vitória agradeceu ainda o «empenho» e a «dedicação» de Fernando Marques ao longo dos últimos anos, quer na administração da SAD, quer como vice-presidente do clube para a comunicação e o marketing, áreas que passam para a responsabilidade de Albino Teibão, até agora diretor do clube para as modalidades não profissionais.

«Albino Teibão assume a vice-presidência do Vitória, valendo-se de um vasto conhecimento sobre a realidade do clube e da cidade. Ele é também membro da comissão para as comemorações do centenário [que se assinala em 2022]», lê-se.