Que jogo no D. Afonso Henriques. Sete golos, uma expulsão para cada lado, marcha estonteante no marcador, a equipa da casa recuperou de duas desvantagens, mas os três pontos vão na bagagem do Marítimo para a ilha da Madeira.

Um golo de Fransérgio ao minuto noventa, num dos últimos suspiros do encontro, fez com que os insulares pusessem um travão na série que já ia em três derrotas consecutivas e fez igualmente o V. Guimarães travar a fundo numa fase da época em que ameaçava galvanizar-se.

FILME E FICHA DE JOGO
 
A estratégia do Marítimo resultou e as transições rápidas do conjunto de Ivo Vieira destilaram veneno na Cidade Berço, com a finalização quase que exemplar dos maritimistas a fazer depois a diferença em fases cruciais do encontro. O Marítimo marcou no fim da primeira parte, voltou a fazê-lo logo após o período de descanso e finalizou a contagem ao minuto noventa.
 
Pelo meio o V. Guimarães bateu-se, lutou, desfez duas desvantagens e ameaçou ganhar o jogo na raça. Mas, cometeu erros que foram quase sempre aproveitados da melhor forma pelo Marítimo.  
 
O D. Afonso Henriques ameaçou explodir logo aos onze minutos, a bola rondou a baliza de Salin na sequência de um pontapé de canto, gritou-se golos, mas o árbitro Hugo Miguel entendeu que a bola não ultrapassou na totalidade a linha de golo. Bouba Saré é quem faz a emenda, Salin tenta defender no chão e Fransérgio faz o corte.
 
Lance rápido e difícil de ajuizar, aproveitou o conjunto insular para exponenciar as suas transições rápidas, chegando ao golo minutos depois numa altura em que fora das quatro linhas responsáveis vitorianos e adeptos ainda fervilhavam com o pretenso golo não validado.
 
A velocidade de Marega foi solicitada depois de uma perda de bola comprometedora de Valente, o maliano do Marítimo foi à linha cruzar para o coração da área apanhando o V. Guimarães descompensado. Em zona central à baliza Alex Soares abriu o ativo com enorme serenidade quando estava liberto de marcação.
 
Com o golo maritimista a disposição do jogo acentuou-se ainda mais.  O conjunto da casa partiu para cima adversário, assumiu as rédeas do jogo e correu atrás do prejuízo, compondo-se o figurino para a equipa de Ivo Vieira esboçar os contra-ataques que estavam delineados à partida.
 
Ricardo Valente emendou o erro que tinha cometido no golo do Marítimo e marcou o golo do empate em cima do minuto quarenta. Depois de ter falhado uma primeira interceção do esférico, Ricardo Valente correspondeu ao passe de João Afonso da esquerda e fez o V. Guimarães chegar ao empate.
 
Repetia-se o filme da última jornada, em que um V. Guimarães mandão no encontro, via-se obrigado a dar a cambalhota no marcador. Só que do outro lado havia Marega e o avançado gelou a Cidade Berço no último suspiro do primeiro tempo. Inverteram-se os papéis e desta feita é Alex Soares a servir Marega para o maliano finalizar na cara de Miguel Silva.
 
Foi o último lance do primeiro tempo, uma vez que Hugo Miguel pôs fim a uns primeiros quarenta e cinco minutos frenéticos, com três golos, um lance polémico e incerteza no marcador.

DESTAQUES DO V. GUIMARÃES-MARÍTIMO
 
Vindo de três derrotas consecutivas, o Marítimo embalou-se com a vantagem e alargou o marcador com apenas três minutos jogados no segundo tempo. Em resposta a mais uma perda de bola dos vimaranenses os insulares chegaram com relativa facilidade à entrada da área da equipa da casa. Edgar Costa fuzilou a baliza de Miguel Silva com um remate potente ainda fora da área. Grande golo.
 
A primeira parte prometia e a segunda manteve a mesma toada com o V. Guimarães a responder de pronto a voltar a entrar no jogo apenas quatro minutos depois com o capitão Cafú a resgatar a equipa num golo de raça.

Aos 72 minutos a equipa do V. Guimarães chegou à igualdade na cobrança de uma grande penalidade a castigar falta de Salin sobre Licá. O extremo preparava-se para driblar o guardião, mas foi travado em falta. Cartão vermelho para o francês do Marítimo, golo do confiante Otávio que assumiu a marcação do castigo máximo depois de uma pequena conferência em que também Cafú e Henrique Dourado tinham tirado senha para bater.
 
A vantagem numérica do esfumou-se, contudo, poucos minutos depois com Henrique Dourado a acumular duas cartolinas amarelas. Reduziu-se o número de elementos em campo, mas nem por isso o jogo caiu de intensidade e o Marítimo chegou a nova vantagem, esta definitiva, ao minuto noventa com um golo de Fransérgio em mais um ataque rápido, a carimbar finalmente o triunfo.

Jogo a exigir muito coração. O do Marítimo bateu mais e foi mais feliz nos momentos certos, conquistando três preciosos pontos em Guimarães perante um Vitória que queria crescer. Foi com mais coração que o Marítimo arranjou maneira de respirar depois de uma série negativa.