Veja-se o registo. Aos três minutos ganha um canto. Depois perda a bola e um sapato, ganha de cabeça, perde a bola, volta a perdê-la. O primeiro bom passe só surge aos 29 minutos, o que diz tudo.
Sapunaru marcou bem Fábio Coentrão, anulando uma das armas mais fortes do Benfica. Sem bola, sempre à espera dela, o esquerdino pouco mais fez do que observar o bom futebol do adversário. Mesmo assim, acaba menos mal a primeira parte, com três passes certos e uma falta sofrida, obra de João Moutinho.
Colocar Coentrão no meio-campo tinha sido um desperdício.
Agora com Hulk
Ao intervalo, Jesus colocou Fábio Coentrão como lateral esquerdo, espécie de missão impossível. Procurava assim ter a força ofensiva do internacional português, mas ao mesmo tempo pedia-lhe que marcasse Hulk. É verdade que se trata de um futebolista excepcional, mas era pedir de mais.
Os primeiros momentos até foram bons. Um remate aos 46 minutos, depois um passe, a seguir vence um duelo com Hulk e cai em fora-de-jogo aos 53 minutos. Faz cortes, comete uma falta sobre Hulk aos 69 minutos. Perde uma bola, corta outra de cabeça.
O jogo está sereno, apesar de o Benfica já estar só com dez futebolistas. Se Coentrão não consegue atacar muito, também ainda não sofreu no duelo com Hulk. Até ao minuto 78. A bola vem cruzada de longe, por alto, é preciso usar a cabeça. Coentrão parece hesitar e o corte de cabeça sai mal. A bola fica nos pés de Hulk. Coentrão deve ter percebido ali o que o esperava. Falta, grande penalidade, 4-0.
Até ao fim ainda vai sofrer uma falta e no último minuto ficará a ver Hulk rematar para o 5-0. Nesse lance, Coentrão só olhou, provavelmente convencido de que nada mais podia fazer. Numa noite terrível para o Benfica, nem o esquerdino sobreviveu.
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