A FIGURA: Galeno

O nome de Galeno podia estar como figura nestes destaques pela inconsequência que o brasileiro deu aos lances. Até aos 90+4 minutos. Num momento em que o Arsenal ficou desequilibrado, o camisola 13 armou um remate de fora da área e explodiu com as bancadas no Dragão, que segundos antes desesperavam com as suas más decisões.

Já se previa que o jogo do FC Porto pudesse ter uma componente estratégica virada para a exploração da velocidade do brasileiro, como tem acontecido nesta edição da Champions. Diogo Costa colocou muitas vezes a bola longa na esquerda para que o extremo luso-brasileiro ganhasse a frente a Ben White. Conseguiu fazê-lo em algumas ocasiões, mas pecou na decisão seguinte à conquista do espaço. O momento mais inacreditável aconteceu aos 22 minutos. Foi mais rápido do que a defesa londrina a ler onde a bola ia cair na área, rematou ao poste e, na recarga, quase em cima da linha de baliza, ficou a centímetros do golo. Nos descontos, foi Galeno: capaz do melhor e do pior.

O MOMENTO: Galeno explode as bancadas do Dragão, 90+4m

O extremo portista deixou o melhor para o fim. Já se jogava o último minuto de descontos, quando Galeno armou um remate colocado de fora da área e bateu Raya. Que golaço!

OUTROS DESTAQUES

Diogo Costa

Terminou a primeira parte como o jogador do FC Porto com mais toques na bola (31). E é fácil de explicar. Tentou solicitar Galeno com passes longos e foi a ele que os defesas portistas recorreram sempre que se viram apertados. Ainda assim, não teve de fazer nenhuma defesa digna de registo. Teve muito trabalho sobretudo nos cantos, quando o Arsenal colocava um homem na sua zona, mas demonstrou estar bem preparado para reagir a esse momento. Constantemente associado a clubes ingleses, teve aqui uma boa oportunidade para se mostrar – e fê-lo a bom nível.

Pepe

Já era o mais velho a marcar na Liga dos Campeões e o jogador de campo mais velho a jogar na prova milionária, mas, esta noite, juntou mais um recorde ao currículo: a cinco dias de completar 41 anos, tornou-se no mais velho de sempre a disputar uma fase a eliminar da Champions. Além de estar imperial no ar, foi também seguro na leitura de jogo, com desarmes importantes, também a beneficiar de ter a equipa a jogar num bloco ligeiramente mais baixo.

Otávio

Algo nervoso no início, até porque estava a fazer a estreia na prova, mas procurou dar opções na saída de bola, combinando diversas vezes com Diogo Costa. Errou alguns passes, mas mostrou que pode ser uma solução mais viável do que aquelas que por ali passaram esta época.

Alan Varela

O médio argentino é cada vez mais um esteio no miolo portista. Voltou a fazer dupla com Nico González (irrepreensível no momento de iniciar o ataque da sua equipa) e destacou-se pela capacidade de ganhar duelos e fechar espaços ao cobrir os centrais.

Pepê

Importante pela capacidade de carregar a bola, quer pelo meio, quer pela direita, o brasileiro pecou apenas quando entrou no último terço. Nem sempre decidiu bem, mas conseguiu, pelo menos, esticar o jogo.

Odegaard

Talvez jogador mais dotado tecnicamente da equipa inglesa, a par de Saka. Baixava na meia-direita para começar a construção ou, quando Ben White se infiltrava no meio, colava-se à linha para dar ainda mais liberdade a Saka. Deixou pormenores à vista, sobretudo, no passe.

Martinelli

Com as devidas diferenças, foi o Galeno do Arsenal (sem um momento de brilhantismo). Deu verticalidade no lado esquerdo, complicou a vida a João Mário, mas ficou a dever à objetividade das suas ações.

Bukayo Saka

Uma das figuras dos «gunners», o internacional inglês teve uma exibição muito apagada. Não conseguiu superiorizar-se no duelo com Wendell nem incomodou muito a defesa do FC Porto.

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