Mas, hoje em dia, com a multiplicação de aparelhos que os utilizadores ligam à Internet, para os quais é necessária uma identificação única, torna-se urgente integrar a navegação neste novo padrão protocolar, denominado IPv6 e apelidado de Internet de nova geração.
«Em meados da década de 90 começou a achar-se que isto era uma grande limitação e desenvolveu-se um novo protocolo, que é o IPv6, que ultrapassa o problema e permite endereços muito maiores», explicou Pedro Veiga.
No mundo existem seis mil milhões de pessoas, se todas tivessem um computador não haveria endereços únicos para cada um deles, exemplificou o mesmo responsável.
Esta nova versão de protocolo para a Internet permite um número muito maior de combinações para identificação e estima-se que «nos próximos 100 a 200 anos não vai haver qualquer tipo de problema», disse Pedro Veiga.
Para o utilizador a mudança é transparente, porque não interfere com o endereço que costuma escrever no navegador de Internet do computador.
O único problema que pode eventualmente existir para os utilizadores, a partir de 2010, é não conseguir ligar novos equipamentos, se a migração não tiver sido feita.
«Por exemplo, em casa um utilizador não poderia ligar à Internet vários equipamentos ao mesmo tempo por escassez de endereços», disse Pedro Veiga.
A FCCN é entidade responsável pelo acompanhamento desta migração, um esforço a nível mundial, e tem vindo a preparar o terreno para acelerar a sua aplicação a nível nacional, conforme delineado pela Comissão Europeia, que esboçou as linhas mestras de implementação da Internet de nova geração para os Estados-membros.
A entidade que regula a Internet em Portugal promoveu um encontro esta semana com universidades e politécnicos demonstrando a urgência da migração antecipada e estabeleceu como objectivo que no fim de 2008 todos os servidores de correio electrónico e de Internet já tenham possibilidade de suportar o actual IPv4 e o novo IPv6, refere a «Lusa».
Com esta iniciativa, a FCCN procura contribuir para que estas instituições de ensino superior liderem o movimento nacional de adopção do IPv6.
Esta migração resolve a problemática da falta de endereços a partir de 2010, mas também se introduziram novas características no protocolo, nomeadamente na área da segurança.
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