Esta quinta-feira, na primeira conferência como treinador do Estrela da Amadora, Filipe Martins, que fez a formação como jogador nos tricolores, referiu que este regresso a casa é «uma alegria enorme» e acredita que pode voltar a «ser o grande clube que já foi».

«A nível pessoal é uma alegria enorme. Ainda por cima já com o calor dos adeptos no treino aberto. Muito motivado para o novo projeto. É um clube diferente do que encontrei em 2010, felizmente bem melhor. Agora é olhar para o crescimento contínuo que o clube almeja, para que seja brilhante. Hoje começa um novo ciclo. Sabemos que temos pela frente um caminho muito difícil - a manutenção. Tentar que seja mais tranquila que no ano passado e concluir os objetivos antes. Um dos grandes objetivos é tentarmos fazê-lo de forma e olhar para a formação, tentar potenciar alguns jogadores. Este ano já foram feitas algumas vendas. Esse é um dos segredos para o Estrela voltar a ser o grande clube que já foi», começou por dizer em conferência de imprensa.

No Estrela da Amadora entre 1991/92 e 1997/98, clube onde jogou as duas primeiras temporadas como sénior, o técnico português, que volta quase 30 anos depois, agora aos 46 anos de idade, confessou que viu o «auge» do clube, mas também o «declínio». Agora, como treinador, quer que os adeptos se identifiquem com a equipa e agradece à administração pelo «reavivar da alma» do Estrela.

«Felizmente vi o auge deste clube. Era eu um miúdo, como também vi um declínio e o desânimo que houve. O que me motiva ainda mais é mesmo isso, perceber que este clube ainda tem uma segunda oportunidade. Esta administração está a fazer um trabalho incrível no reavivar desta alma. A quantidade de adeptos que assistiram aos jogos na temporada passada acaba por ser um fator motivador. A Amadora é a terceira maior cidade em termos de população. Os amadorenses têm que se identificar com esta equipa. Continuar com esta onda positiva à volta da equipa. Queremos trazer cada vez mais adeptos e sócios, tentar um Estrela mais forte em todos os aspetos. Felizmente o Estrela tem essa massa e temos de tentar potenciar através de um futebol bom e positivo. Ainda hoje (quinta-feira) quando estava a acabar o treino, vi muitas caras que vi quando era júnior/juvenil. Os verdadeiros Estrelistas nunca desapareceram», destacou.

Questionado sobre o plantel, Filipe Martins referiu que agora procura jogadores com experiência, mas também alguns jovens para a próxima temporada.

«Sofreu algumas alterações, sem dúvida, vamos mexer uma boa parte. Fechou-se um ciclo brilhante com o mister Sérgio, a quem temos de tirar o chapéu pelo trabalho que fez neste clube. Mas no dia 1 de julho iniciou-se um novo ciclo e temos de olhar para ele com muita ambição. Queremos fazer uma mescla entre experiência e juventude. Mantivemos alguns jogadores experientes do ano passado. Temos outros que já cá estavam e estão numa fase de se afirmar na carreira. Vamos acrescentar a este plantel novos jogadores que possam trazer, não só experiência, mas também irreverência e juventude», afirmou.

Sobre o caso de Marko Gudzulic, guarda-redes que foi contratado ao Vozdovac (Sérvia), mas que não está disponível por questões burocráticas, relacionadas com os vistos, o treinador português disse que «não é uma situação cómoda», mas espera uma ação rápida do Governo e da Liga.

«Nunca fui de arranjar desculpas fáceis, mas óbvio que não é uma situação cómoda. Temos jogadores que estão nessa situação, que já têm compromisso connosco, mas não podem viajar pois a lei mudou. O Estrela tem cumprido à risca todas as normas e acreditamos que se possa resolver em breve, de forma a termos o plantel preparado o mais rápido possível. É algo que não consigo controlar. São coisas que estão acima de nós. Queremos acreditar que vão respeitar a lei. Cabe também ao governo resolver esta situação, não está dependente do Estrela e de nenhum outro clube. Acredito que a Liga também esteja a fazer força para que essa situação se resolva», partilhou

Por fim, em altura de mercado de transferências, Filipe Martins confessou que «quer sentir o que é a prata da casa», destacando a utilização de jogadores dos sub-23, algo que fez nesta quinta-feira, no primeiro treino da equipa, depois de ter utilizado 11 elementos da equipa da formação.

«Podem chegar reforços para todos os setores. Não queremos fechar já o plantel. Queremos sentir o que é a prata da casa, daí a presença de tantos jovens sub-23 no treino e vão estar regularmente a trabalhar connosco. Também quero olhar para dentro. Sabemos o que queremos e o que queremos reforçar. Alguns estão quase fechados, mas ainda não estão. Não vai passar muito mais do que isto. Não vão sair muito mais jogadores. Neste momento estou muito focado no que aqui tenho. Para um treinador é muito reconfortante ter equipa sub-23 e a B. É por isto que este projeto está a ser muito diferenciador de todos os outros. Hoje senti essa qualidade ao vivo. Vi jogadores muito interessantes. Quero ter um plantel curto», concluiu.