O plano de emergência proposto pelo presidente dos EUA, George W. Bush, e que tinha conseguido reunir consenso entre os membros do Congresso, acaba de ser chumbado pela Câmara dos Representantes. São péssimas notícias para o sistema financeiro.

O «Plano Paulson», assim chamado em alusão ao secretário de Estado do Tesouro norte-americano, Henry Paulson, previa a atribuição de 700 mil milhões de dólares para ajudar a salvar o sistema financeiro da crise em que se encontrava.

O chumbo significa que os bancos já não vão ter acesso a todo este dinheiro, numa altura em que estão asfixiados pela falta de dinheiro. Os bancos estão com dificuldade em conseguir financiamento, já que existe escassez de liquidez e que, desde que se desencadeou a crise do subprime, a deterioração da avaliação do risco tornou os empréstimos interbancários bastante mais caros.

Sem o dinheiro, é também possível que o receio dos investidores, de que venham a surgir novas falências no sector financeiro, que tem estado a penalizar fortemente os mercados, venha a provar-se justificado, com mais instituições a entrarem em ruptura.

Os analistas temem inclusivamente uma corrida dos clientes da banca a levantar os seus fundos e depósitos. O resgate massivo do dinheiro levará inevitavelmente mais bancos e financeiras à falência.

Sem o plano de resgate agora chumbado, é de esperar um nova onda de pânico nos mercados, que estão já a reagir negativamente à notícia. Nos EUA, o Dow Jones segue a aprofundar quedas, ao descer 4,42%, o Nasdaq segue o mesmo caminho, recuando 6,98% e o S&P a cair 5,64%.

Democratas e Republicanos estão agora reunidos numa tentativa de alterar o sentido de voto de uns e outros. O plano necessitava de 218 votos favoráveis mas conseguiu apenas 206, face aos 227 votos contra.