A seleção feminina portuguesa esteve muito perto de impor um empate aos Países Baixos, campeã da Europa em título, no Leigh Sports Village, mas acabou por sucumbir face a um grande golo de Van de Donk (2-3). Tal como no primeiro jogo com a Suíça, Portugal consentiu dois golos cedo, mas acabou por recuperar e chegar ao empate de forma épica. Mesmo depois do terceiro golo das neerlandesas, as raparigas de Francisco Neto bateram-se com dignidade até ao fim e, apesar da derrota, continuam com possibilidades de chegar à próxima fase, mas têm de vencer a Suécia no terceiro jogo.

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Com Rúben Dias, João Cancelo e Bernardo Silva nas bancadas, Portugal entrou no jogo de cabeça levantada e a procurar impor o seu jogo diante das campeãs da Europa em título, com uma elevada posse de bola, como Francisco Neto tinha pedido, e uma pressão alta diante de uma das melhores seleções do mundo. Uma boa entrada que, no entanto, desfez-se em dois tempos, em lances de bola parada, com os Países Baixos a fazerem valer a maior experiência internacional para chegarem à vantagem.

Damaris Egurrola abriu o marcador, logo aos 7 minutos, na sequência de um canto da esquerda, marcado por Spitse. A jogadora de origem espanhola elevou-se bem junto ao primeiro poste e bateu Inês Pereira de cabeça. Portugal perdeu o equilíbrio que exibiu nos primeiros instantes e podia ter sofrido novo golo logo a seguir, numa transição rápida de Beerensteyn, com Inês Pereira a afastar para canto com a defesa da noite.

As neerlandesas estavam agora por cima do jogo e acabaram mesmo por ampliar a vantagem, aos 16 minutos, na sequência de mais um canto de Spitse. Portugal não conseguiu afastar a bola da sua área e esta acabou por chegar à central Van der Gragt que, também de cabeça, voltou a bater Inês Pereira. Um início em quase tudo idêntico ao jogo inaugural com a Suíça em que Portugal também esteve a perder, cedo, por 2-0. A diferença nos centímetros fazia claramente a diferença nos lances de bola parada.

Diana Silva e Carole Costa reabrem o jogo

Francisco Neto, sempre irrequieto junto à lateral, foi fazendo correções e Portugal, aos poucos, foi conseguindo reentrar no jogo, com boas transições do meio-campo, com Diana e Jéssica Silva a surgirem muitas vezes nas costas da defesa laranja. Os Países Baixos foram levantando o pé e Portugal cresceu de facto no jogo e acabou por reduzir a diferença, aos 38 minutos, numa grande penalidade convertida por Carole Costa. Um lance de difícil análise que levou a juíza, depois de alertada pelo VAR, a rever as imagens que mostram um toque claro de Janssen no tornozelo de Diana Silva.

Um golo que colocava Portugal de novo no jogo e que deixava tudo em aberto para o segundo tempo. É verdade que os Países Baixos tinham quatro baixas importantes, entre as quais a guarda-redes, capitã da equipa, e também a principal goleadora da equipa, mas também é verdade que as portuguesas conseguiram equilibrar o jogo e atenuar as diferenças diante de uma seleção bem mais habituada a estas andanças.

Um equilíbrio que as raparigas de Francisco Neto ameaçaram desfazer no início do segundo tempo, com uma reentrada frenética, com Jéssica Silva e Tatiana Pinto a provocarem, desde logo, estragos, com sucessivos ataques sobre a direita. Tatiana teve uma primeira oportunidade para o empate, com uma cabeçada a cruzamento de Jéssica Silva, mas o ambicionado golo chegou logo a seguir. Carole Costa desceu pela direita e cruzou com peso e medida para a entrada de Diana Silva que marcou de cabeça.

Um golo muito festejado pelas portuguesas e que deixou as vice-campeãs do mundo em estado de choque. A reação das campeãs da Europa foi, no entanto, muito forte. Roord marcou logo a seguir, mas para felicidade das portuguesas, Beerensteyn estava ligeiramente adiantada quando fez a assistência.

Desilusão nos pés de Van de Donk

Não valeu, mas as neerlandesas voltaram a marcar, aos 62 minutos, com um remate espetacular de Van de Donk à entrada da área, com a bola a entrar junto à barra, sem hipóteses para Inês Pereira. Portugal voltou a reagir bem e voltou a crescer no jogo e a apertar com as neerlandesas, mais uma vez com Jéssica Silva em plano de destaque.

Francisco Neto também foi arriscando a partir do banco, lançando sucessivamente para a contenda Fátima Pinto, Kika Nazareth, Vanessa Marques e Carolina Mendes, deixando Ana Borges a defender todo o corredor esquerdo. Portugal arriscou tudo à procura de novo empate, mas, nos instantes finais, os Países Baixos fez valer a maior experiência nestes palcos para segurar a preciosa vantagem.

Portugal chega, assim, à última jornada, com apenas um ponto, mas com possibilidades de entrar na luta pelos dois primeiros lugares, mas para isso terá de vencer a Suécia na última ronda.