O presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, alertou esta terça-feira contra o pânico nos mercados financeiros, embora reconheça que a crise actual não tem precedentes.

«O facto de um certo número de bancos nos Estados Unidos estar em vias de reestruturação não deve levar ao pânico», disse Strauss-Kahn no Cairo em entrevista à AFP, citada pela «Lusa».

Para Strauss-Kahn, trata-se de uma «crise financeira nunca vista», que partiu do «coração do sistema», os Estados Unidos, e não da sua «periferia», afectado em simultâneo o mundo inteiro.

«Vêm aí tensões financeiras»

«Certas partes do mundo são mais ou menos afectadas, mas o abrandamento é geral. Toda a economia mundial vai desacelerar entre meio ponto e dois pontos, incluindo a China e a Europa», disse.

O presidente do FMI mostrou-se convencido de que «os actores vão desaparecer», em particular nos Estados Unidos, com a possível extinção progressiva da banca de investimento independente, como a Lehman Brothers ou a Merrill Lynch.

Strauss-Kahn afirmou que «estes acontecimentos acrescentam incertezas» e não excluiu «tensões financeiras a curto prazo».

O presidente do FMI recusou-se, no entanto, a comparar esta crise à crise financeira bolsista de 1929 e lembrou que a actual economia mundial «dispõe de instrumentos que não permitem evitar a crise, mas atenuar as suas consequências e corrigir os seus efeitos».