O Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) anulou o castigo de dois jogos à porta fechada ao Farense por racismo.

O TAD, segundo o acórdão citado pela Lusa, considerou que «ficou factualmente provado [...] que os jogadores André Clóvis, Kauã Oliveira e Famana Quizera foram alvo de insultos racistas», mas «não ficou provado que alguém da estrutura da demandante [Farense] os tenha ouvido, que dos mesmos tenham tido perceção direta ou dos mesmos tenham tomado conhecimento efetivo e atempado, e, assim, tido oportunidade de reagir em tempo útil».

Entretanto, fonte da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) revelou que o organismo vai recorrer da decisão para o Tribunal Central Administrativo do Sul.

Recorde-se que, em janeiro de 2023, Farense tinha sido punido com dois jogos à porta fechada e 33.470 euros de multa por comportamentos discriminatórios, na sequência do jogo com o Académico de Viseu, em agosto de 2022, na II Liga.

Após a partida, André Clóvis disse ter sido alvo de insultos racistas por parte dos adeptos algarvios presentes no Estádio São Luís, quando foi substituído, aos 83 minutos.

No final do jogo, houve mesmo um desentendimento entre o banco do Académico e adeptos locais, que resultou ainda na expulsão do presidente do Farense, João Rodrigues.

Refira-se que, na última jornada da Liga, também no São Luís, um jogador do Famalicão queixou-se de insultos racistas vindos da bancada. O autor foi constituído arguido e impedido de entrar em recintos desportivos.