De afável, compreensivo e aglutinador a assertivo, rigoroso, até furioso. Paulo Fonseca tem vindo a baixar os níveis de tolerância perante o comportamento competitivo de alguns jogadores, e vincou isso mesmo numa das conversas recentes com o plantel.

O técnico mudou o tom na abordagem olhos nos olhos aos seus atletas.

O Maisfutebol apurou junto a elemento do staff portista tudo o que o treinador exigiu aos profissionais do FC Porto, na sequência deste terrível mês de novembro.

Nas primeiras conversas motivadas por maus resultados, Fonseca encarou a palestra como uma espécie de terapia, preocupando-se essencialmente com questões técnico-táticas. O foco residia, essencialmente, na eliminação de erros posicionais em bolas paradas e em detalhes relativos à construção de jogo.

Tudo foi alterado nas recentes palestras.

Após o falhanço contra o Nacional, no Dragão, o nosso jornal sabe que o treinador ainda tentou uma postura conciliatória. Fonseca pediu, de resto, aos próprios jogadores que emitissem uma opinião sobre tudo o que acham da situação atual.

Os mais experientes disseram de sua justiça em frente a todo o grupo e a conclusão foi simples: o clube e os adeptos mereciam uma demonstração de força na receção decisiva ao Áustria Viena.

Ato falhado. Os tricampeões nacionais voltaram a quebrar. Fonseca perdeu a paciência.

Na semana antecedente à visita a Coimbra, a conversa foi dura. O treinador exigiu mais entrega, mais paixão, mais profissionalismo a todos e não se coibiu de individualizar determinadas questões.

Paulo Fonseca é uma pessoa muito apreciada por todo o plantel, principalmente pela abertura e disponibilidades evidenciadas desde o início, mas também pela forma clara como sempre preparou a equipa.

Neste clima de insucesso, porém, tudo é questionado no Olival/Dragão.

Só uma vitória diante do Sp. Braga e o rápido regresso a um ciclo de estabilidade poderá reabilitar a reputação de Fonseca nos corredores da SAD e na intimidade do balneário.