Sérgio Conceição lamentou o crime que resultou na morte de um adepto durante os festejos do título do FC Porto, na madrugada do passado domingo, perto do Estádio do Dragão.

«Foi um episódio triste, que ninguém gosta de ver que acontece. Mas falou-se muito na imprensa dessas cenas desagradáveis e lamentáveis. Não se falou do que foi o mérito do FC Porto pela conquista. Isso não é futebol. Como não é futebol eu não queria ir muito por aí», começou por referir o técnico na conferência de imprensa de antevisão da receção ao Estoril, voltando ao tema pouco depois. 

«Como pai de cinco filhos e olhando para o que foram os últimos anos, onde vi tanta gente partir, inclusivamente pessoas ligadas à minha família, devido a uma pandemia que não tem fim, olhando para a situação na Ucrânia, a mim tudo isso me preocupa. Esse episódio [do crime no Dragão] preocupa-me. Fico triste porque aconteceu num momento de festa de um clube que ganhou um título de campeão nacional. Como este episódio, infelizmente, há muitos outros», disse, sublinhando: «O FC Porto não tem responsabilidade nisso.»

Noutro tema abordado na conferência de imprensa desta tarde, no Olival, Conceição comentou também a acusação que a Comissão de Instrutores da Liga propôs ao Conselho de Disciplina da FPF para que lhe aplique um castigo na sequência dos incidentes no final do FC Porto-Sporting, de 11 de fevereiro, na garagem do Dragão.

«Perturba-me falar-se mais destes episódios do que da conquista do título. Em relação ao caso em si, tenho muita dificuldade em falar. Não sei o que aconteceu. Não estive presente, pura e simplesmente. Vi um aglomerado de pessoas e confusão. Não pode haver um polícia, um delegado da Liga, uma imagem, uma pessoa idónea que possa dizer que eu fiz isto ou aquilo que é relatado na acusação. A acusação é feita com base no testemunho de cinco pessoas ligadas ao Sporting», afirmou, prometendo esclarecer a sua posição quando for chamado a fazê-lo.