André Villas-Boas abriu caminho, na noite desta quarta-feira, à criação da Fundação FC Porto, tendo como financiamento de base os contributos de colaboradores e do clube, através do mecanismo de solidariedade.

«Na vertente social, o FC Porto deverá ter um papel mais vinculativo, de relação com as gentes e a cidade. Por essas razões um dos motivos de maior orgulho será fundar a Fundação FC Porto», explicou.

De seguida, lembrou que não pretende «vender o clube», mas sim «cimentar a cultura e os valores do associativismo». Assim, André Villas-Boas propõe valorizar qualquer atleta amador dos portistas, independentemente do país, através de fundos de apoio, alocados à referida fundação.

Trazendo os sócios para o centro dos argumentos, o candidato exigiu, por exemplo, a obrigatoriedade de premiar os detentores de lugar anual, ora no Estádio do Dragão, como no Dragão Arena. Além disso, o candidato planeia alterar a atribuição do prémio «Sócio do Ano» na gala anual do clube, assim como regularizar o processo de bilhética no Dragão.

Tal proposta foi brindada com uma das maiores ovações da noite, num evento que decorreu na Alfândega do Porto e juntou mais de mil pessoas, entre sócios, adeptos, apoiantes e meros curiosos.

«Juntem-se com coragem»

Na reta final do discurso, Villas-Boas visou também a necessidade de «reformatar» a gestão das casas do clube, reiterando que estas não servem apenas para aplaudir o presidente, ou para jantares. Por isso, propôs, há que responsabilizar os responsáveis por estes lugares, que devem fomentar o convívio e a união.

Para o candidato, o caminho é de «coragem» e de mudança.

«Queremos cortar com o status quo, no qual impera o medo e onde ninguém se pode exprimir livremente. Juntem-se com coragem a este movimento», rematou Villas-Boas, perante uma sala em apoteose.