A FIGURA DO JOGO:

Francisco Conceição: o sempre inconformado “baixinho” dos dragões tem, definitivamente, a qualidade e postura que convencem o tribunal do Dragão. Sempre de cabeça levantada, deambulando da posição e obrigando às faltas dos adversários, Conceição criou a maioria das oportunidades, ora em cruzamentos, ora em remates. A titularidade é um posto que Francisco Conceição já justifica. Regressou ao clube do coração em boa hora, pensarão as hostes azuis e brancas. Ainda assim, faltou o golo nos últimos minutos da partida. Quem mais senão Stefanovic para travar o jovem avançado. Nota final para o reencontro de Francisco com o irmão Moisés, titular no Leixões, e com o qual trocou algumas palavras antes do arranque do segundo tempo. Um momento que merece sempre ser assinalado.

Momento do jogo: num contra-ataque promissor, aos 85 minutos, o Leixões adiantou-se de forma rara na partida. Porém, o último passe traiu a equipa visitante, que ficou exposta aos velozes da casa. Na outra área, Evanilson foi derrubado e Taremi sentenciou o encontro. Quando sentiu que o triunfo poderia estar próximo, o Leixões desmontou o plano defensivo, partiu para o ataque e deixou os centrais desprotegidos. Ou seja, num só momento de risco, o Leixões entregou, com um passe errado no ataque, o triunfo ao FC Porto. Eventualmente, uma lição para o futuro.

Outros destaques:

Stefanovic: apesar do erro clamoroso no arranque da partida, o guardião travou várias oportunidades do FC Porto, revelando-se apenas impotente face ao penalti de Taremi. Numa época em que não é titular, este sérvio, de 35 anos, e outrora azul e branco, mostra que continua a ser uma carta útil no baralho de Pedro Ribeiro.

Pedro Ribeiro: na antevisão ao encontro, o técnico do Leixões prometeu que os seus jogadores lutariam por cada lance, a fim de dignificar o símbolo «histórico» que representam. E assim foi. Com uma defesa à zona sempre bem posicionada, o Leixões só sucumbiu à derrota depois de um contra-ataque mal definido, que expôs a defesa à velocidade dos avançados contrários. Uma vez que os “bebés do mar” ocupam as últimas posições da II Liga, este jogo poderá ter servido para Pedro Ribeiro mostrar aos seus jogadores que o caminho em 2024 poderá ser mais risonho, com menos golos sofridos.

Iván Jaime, Namaso e Grujic: breve nota para três jogadores que, certamente, anseiam mais tempo de jogo, mas que na noite deste sábado pouco fizeram por tal. O avançado inglês não capitalizou várias oportunidades, o espanhol e o sérvio poucas ações positivas levam desta partida. Se competitivamente este jogo poderia significar pouco, certamente terá peso em futuras decisões de Sérgio Conceição. Em sentido contrário, Zé Pedro e João Mendes habilitam-se a ficar, de vez, na equipa principal dos dragões, apresentando nova exibição segura e pragmática.