A passar um bom momento no Flamengo, Everton Cebolinha confessou que começou a focar-se na saúde mental quando estava em Portugal, ao serviço do Benfica.

Em entrevista ao Globoesporte, o internacional brasileiro admitiu que teve «muita dificuldade» quando viveu em lisboa e que isso o levou a optar por ter ajuda psicológica.

«Foi principalmente logo após a pandemia, quando fui para Portugal [2020]. Tive muita dificuldade, a mudança de cultura, e por estar no meio de uma pandemia também. Passei muitas dificuldades lá. Na época, era só eu e minha esposa, e meu filho que era recém-nascido, o Pedro, e a Sofia. Era muito difícil para nós», começou por dizer.

«Acabei por ter momentos de oscilação e optei por procurar ajuda por fora. A minha esposa sempre me incentivou muito. Eu tinha esse tabu de achar que não era necessário, não precisava. Mas nós jogadores somos cobrados desde cedo, desde muito cedo. E eu saí de casa com 16 anos a primeira vez para morar sozinho num alojamento. Isso traz alguns traumas que acabamos por não perceber, mas em algum momento da vida isso vai vir à tona. A cobrança diária, sabemos que é muito difícil para um atleta de futebol, não estamos preparados para isso. Hoje em dia esse tabu foi quebrado. Costumo dizer assim: tenho-me preparado dessa forma, tem-me ajudado muito, então aconselho a muita gente que é muito importante», prosseguiu.

Apesar do momento menos positivo, Everton garante que nunca deixou de acreditar em si próprio: «Houve momentos de muita dificuldade, que acabamos por ir um pouco abaixo, ficamos um pouco mais tristes, cabisbaixos, o que é normal, (…) mas em nenhum momento eu duvidei da minha capacidade.»

«Mas em nenhum momento duvidei daquilo que eu vim fazer aqui no Flamengo. Não é à toa que escolhi o Flamengo e o Flamengo me escolheu. Quando eles foram buscar-me a Portugal, não pensei duas vezes. Houve o primeiro contacto a meio da temporada. Sabia que era uma questão de tempo. Alguns jogadores demoram mais que outros, mas hoje, com a sequência e a oportunidade que tive, pude ganhar essa confiança e corresponder», atirou.