O norte-americano Freddy Adu, antigo futebolista do Benfica, garantiu que ainda não se retirou do futebol, apesar de ter feito o seu último jogo oficial por um clube há mais de quatro anos.

A 13 de outubro de 2018, Adu foi titular e jogou 56 minutos pelos Las Vegas Lights, na derrota por 1-0 ante os Sacramento Republic, para a USL Professional Division.

«Tecnicamente, ainda não me retirei. Tirei alguns anos depois de ter perdido o amor pelo jogo. Acredite ou não, estou a pensar voltar de novo e jogar. Eu ainda sou jovem», referiu Adu, de 33 anos, em declarações à SPORTbible.

No presente, Adu está de volta a casa, em Maryland, onde cresceu. «Agora cuido da minha família. Muitas pessoas não sabem, mas a minha mãe fez uma cirurgia este ano e foi muito significativo. Tenho cuidado da minha mãe», revelou, voltando a considerar errada, tal como já admitiu no passado, a decisão de sair do Benfica.

«Tive três treinadores diferentes no meu primeiro ano lá. Foi um pouco demais. Eu pensei que seria bom ir para uma equipa diferente para jogar e que isso me desse mais estabilidade. Mas no final foi a decisão errada. Foi o meu maior arrependimento. Eu não era maduro o suficiente para lidar com todas as distrações na altura, no Mónaco. O meu jogo sofreu muito. Basicamente, isso foi o começo para ser emprestado a equipas diferentes porque não estava a jogar bem o suficiente», afirmou, em alusão à cedência ao Mónaco, à qual se seguiram os empréstimos a Belenenses, Aris (Grécia) e Caykur Rizespor (Turquia), antes da saída definitiva dos encarnados, em 2011, para o Philadelphia Union, dos Estados Unidos.

Ainda sobre a passagem nos encarnados, onde coincidiu com Di María em 2007/08, Adu fez uma comparação com o argentino, que depois encetou uma carreira de maior sucesso, com passagens no Real Madrid, Manchester United ou PSG. «O mais louco é que, durante o meu primeiro ano lá, eu joguei melhor do que o Di María. Estive mais em campo. Marquei mais. Tive uma época melhor, mas ele ficou e eu fui emprestado. Ele depois tornou-se um titular regular e eu saí. Fui para o Mónaco, não joguei lá e fui para o Belenenses. Doeu-me muito», partilhou.

Em 2007/08, Adu fez 21 jogos pelo Benfica e cinco golos, mais quatro golos do que Di María, mas o argentino fez um total de 45 jogos nessa temporada, a primeira de ambos nas águias.

Depois, ainda se seguiram passagens por Bahia (Brasil), Jagodina (Sérvia), KuPS (Finlândia) e Tampa Bay Rowdies e Las Vegas Lights (Estados Unidos), mas sempre com pouco sucesso desportivo.

Em 2020, Adu ainda foi para a quarta divisão da Suécia, para o Osterlen FF, mas não jogou, passagem que o norte-americano explicou à SPORTbible. «Eu tive apenas três ou quatro sessões de treino com a equipa. Eu estava aleijado quando cheguei lá. Não estive lá o tempo suficiente para eles me dizerem que eu não estava em forma. A parte da lesão foi o principal problema, mas o treinador também queria trazer os jogadores dele e eu fui levado pelo grupo de patrocínio. Foi a desconexão. O meu salário estava a ser pago pelo patrocinador. Estive lá umas seis semanas, no máximo. Mas, por fim, estava lesionado. O grupo do patrocínio e o treinador estavam em colisão na altura. Foi uma configuração estranha», disse, ainda.

Por fim, sobre a carreira, Adu diz que nem todas as decisões foram suas e que o facto de ter sido colocado muito cedo como promessa do futebol mundial, aos 14 anos, que também pesou no desenrolar do percurso.

«Imagine isso: eu estou há cinco anos na minha carreira profissional e tenho 19 anos. É uma loucura. Algumas das decisões da minha carreira também não foram inteiramente minhas. Eu tinha pessoas que me aconselhavam ou diziam: “tens de fazer isto e tens de fazer aquilo”. Elas nem sempre estavam certas. Não estou a culpar ninguém em particular. Tudo o que eu sei é que houve decisões que tomei que não foram as melhores e que elas voltam sempre para te morder», analisou.