Foi com o pé bem fundo na tábua que o Benfica decidiu procurar chegar às meias-finais da Liga Europa. E em apenas noventa minutos colocou-se bem perto do destino, ainda que um pequeno furo (de Roberto) tenha atrapalhado ligeiramente as contas da escala em Eindhoven.

Saviola corrigiu o percalço e o Benfica ainda garantiu um avanço bem confortável nesta viagem pelo continente. A fama do futebol de ataque é holandesa, mas desta vez foi uma equipa portuguesa a inclinar o campo, em mais uma grande noite europeia na Luz.

Prémios merecidos à beira do descanso

Talvez «escaldado» por ter estado em desvantagem nos últimos seis jogos caseiros, desta vez o Benfica não perdeu tempo. Entrada autoritária, com ritmo elevado, a encostar o adversário às cordas. Aproveitando a dificuldade dos centrais do PSV para acertar a marcação à dupla atacante do Benfica, Saviola apareceu muitas vezes solto na fase inicial. «El Conejo» atirou ao poste logo aos sete minutos, para pouco depois desviar a mira escassos centímetros, com um cruzamento-remate que saiu muito perto do poste (9m).

A equipa holandesa só respirou um pouco melhor quando o técnico Fred Rutten pediu que a linha defensiva jogasse mais adiantada no terreno. Foi nessa altura que Marcus Berg ficou muito perto do golo, ao cabecear ligeiramente ao lado na sequência de um cruzamento de Dzsudzák (20m). Foi a única vez que o PSV chegou à baliza do Benfica na primeira parte.

Assim que se adaptou à mudança estratégica do adversário, a equipa de Jorge Jesus voltou a atirar-se de cabeça em busca do golo. A definição das jogadas é que nem sempre era a melhor, ainda que o remate de Cardozo, aos 30 minutos, só não tenha dado golo devido à bela intervenção de Isaksson. Já Gaitán só se pode queixar de si, por não ter conseguido desviar para a baliza um remate torto de Saviola (31m). O público da Luz estava cada vez mais perto de festejar, e ao minuto 33 até teve direito a ensaio-geral, quando um golo de Cardozo foi anulado por fora-de-jogo.

Quatro minutos depois a festa foi a valer. Coentrão e Gaitán combinaram bem na esquerda, e após um remate falhado de Cardozo apareceu Pablo Aimar, a rematar para o fundo da baliza. A premiar um primeiro tempo de elevado nível, o Benfica ainda chegou ao segundo golo antes do descanso. Coentrão de novo na jogada, a cruzar para uma conclusão fantástica de Salvio.

O defeito de arriscar em demasia, corrigido ao cair do pano

Decidido a não abrandar, o Benfica encarou a etapa complementar com a mesma mentalidade ofensiva, e logo aos sete minutos chegou ao terceiro golo, novamente por intermédio de Salvio. Na cabeça de Saviola esteve a goleada, pouco depois, mas um corte providencial de Manolev evitou o quarto golo benfiquista (64m).

Embora seja difícil criticar quem ataca assim, a verdade é que o Benfica arriscou tempo de mais, para quem está numa eliminatória europeia. Por estranho que pareça, foi em contra-ataque que o PSV criou perigo. Um deslize de Roberto (mais um), a dez minutos do fim, ameaçou reabrir a discussão da eliminatória.

Valeu um golo de Saviola, já em período de descontos (enorme coração de Maxi), a recuperar uma vantagem de três golos que deixa a eliminatória praticamente sentenciada.