«Safira: pedra preciosa de cor azul.»

No dicionário Priberam, é assim explicado o significado da palavra Safira. E preciosos são os três pontos que o Belenenses conseguiu esta tarde, graças a um golo precisamente de... Safira.

Na receção ao Vitória de Guimarães, os azuis triunfaram por 1-0, voltaram às vitórias mais de um mês depois e reduziram a luz da lanterna-vermelha que carregam há vários meses na tabela classificativa da Liga.

No Estádio do Jamor, a chuva pintou uma tarde feia e friorenta. Na primeira parte, diga-se, o jogo não foi muito diferente disso.

Bagagem do dérbi serviu de muito pouco

O Vitória trazia na bagagem um moralizador triunfo na jornada passada no dérbi frente ao Sp. Braga, e Pepa pediu continuidade.

«Em vez de estarmos só a pensar em ganhar, temos de ter a atitude competitiva do último jogo. Se formos iguais ao que conseguimos fazer, vamos estar sempre muito mais próximos de ganhar o jogo. Queremos três pontos, mas precisamos de atitude competitiva. Se não a tivermos, o triunfo sobre o Sporting de Braga não nos valeu nada», afirmara o técnico vimaranense antes da partida.

E talvez seja exagerado afirmar que uma vitória ante o maior rival de nada tenha valido, mas a verdade é que os jogadores de Guimarães pouco ou nada transportaram dessa partida.

O Vitória entrou amorfo, desinspirado, e nunca conseguiu fazer valer a teórica superioridade que tinha perante o adversário que tem sido a equipa mais frágil do campeonato. Mesmo que, é verdade, tenha tido durante grande parte dos 90 minutos o domínio das operações.

O Belenenses, por ser turno, apresentou-se com a lição bem estudada.

Os homens de Franclim Carvalho – primeira vitória do técnico no banco da formação lisboeta – foram inteligentes a fechar espaços, souberam ter paciência nos momentos com bola e feriram o adversário quando tiveram oportunidade para isso.

Safira abriu a caixa de pandora

E feriram com mérito, claro, mas também com demérito. Foi num passe de Borevkovic que nasceu o golo azul: a bela assistência de Carraça e a finalização clínica de Safira fizeram o resto.

E curiosamente, o Belenenses até ficou mais confortável na partida. O 1-0 abriu uma espécie de caixa de pandora na defesa vimaranense, e os espaços para novo golo dos homens da casa começaram a aparecer com mais frequência – com outro critério na hora de decidir, o 2-0 talvez tivesse surgido.

O Vitória também espevitou, é certo, mas sempre com mais coração do que cabeça. Aqui e ali os pupilos de Pepa foram ameaçando a baliza de Luiz Felipe, mas o «sumo» ofensivo foi manifestamente inferior ao que esta equipa pode fazer.

Feitas as contas, o golo de Safira revelou-se decisivo.