Dois erros tremendos de Kosuke Nakamura resultaram em dois autogolos que abriram caminho para o Estrela quebrar uma série negra de sete jogos sem vencer e bater o Portimonensem na abertura da 21.ª jornada, de forma categórica, por 3-0, no Estádio José Gomes. A equipa de Sérgio Vieira está mais forte com jogadores regressados, recuperados e ainda com os reforços em evidência, numa noite de total desacerto, sobretudo na primeira meia-hora, para o conjunto de Paulo Sérgio.

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Em campo cruzaram-se duas equipas com claros problemas de identidade. Um Estrela que vinha de uma série negra, acompanhada por uma descida vertiginosa na classificação e um Portimonense muito irregular, alternando resultados positivos, como a vitória categórica no Bessa, com outros negativos, como foi o desaire em casa diante do Arouca. Mas o que vimos esta noite, foi um Estrela bem mais consistente a tirar, muito cedo, dividendos do total desacerto dos algarvios.

Paulo Sérgio prescindiu de um avançado para apostar num meio-campo mais preenchido, mas a estratégia do experiente treinador resultou num verdadeiro fracasso, com o Estrela a conseguir ultrapassar o bloqueio na zona central do relvado, para depois chegar com muita gente à área de Nakamura.

Numa noite de aguaceiros, o Estrela adiantou-se no marcador cedo, logo aos 6 minutos, na sequência do primeiro erro de Nakamura que, ao tentar sair uma bola, num pontapé de canto, não chegou lá e permitiu o remate de Rodrigo Pinho. Dener ainda tentou salvar sobre a linha de golo, mas acertou em Carlinhos e a bola entrou mesmo. O jogo mal tinha começado, mas já era mais do que evidente o desacerto dos algarvios, com o Estrela a entrar muito facilmente pelas alas. O primeiro golo levou uma eternidade a ser analisado pelo VAR, mas, assim que o jogo foi retomado, o Estrela chegou logo ao segundo.

O Portimonense, ao tentar sair para o ataque, perdeu a bola e permitiu a Rodrigo Pinho lançar Léo Jabá para o interior da área, com o brasileiro a bater Nakamura com um remata cruzado da esquerda. Depois deste segundo golo, Paulo Sérgio procurou emendar a mão, prescindindo de Gonçalo Costa, para lançar Jesper para a direita, desviando Nilton para o lado contrário, mas não resultou.

O Portimonense continuou muito permeável e Léo Jabá chegou a ter o terceiro golo nos pés, mais uma vez destacado diante de Nakamura, mas desta vez atirou à figura do japonês. Não marcou Léo Jabá, voltou a marcar o Portimonense na própria baliza, mais uma vez na sequência de um canto, a comprovar a noite negativa de Nakamura. O guarda-redes japonês agarrou a bola nas alturas, mas, ao descer, pressionado por Aloísio Souza, largou-a para o interior da baliza. Tinham decorrido apenas 27 minutos e o Estrela já vencia por 3-0.

Paulo Sérgio voltou a mexer, prescindindo desta vez de Lucas Ventura, tocado e já com um cartão amarelo, para lançar Ronnie Carrillo para a frente, mas até ao intervalo, as melhores oportunidades continuaram a ser todas do Estrela, com  destaque para um cruzamento de Nilton a que Régis, em carrinho, não chegou por centímetros.

A segunda parte começou com um ritmo bem mais baixo, com o Estrela a gerir a confortável vantagem e o Portimonense procurar gerir danos, com um futebol bem mais seguro. Os algarvios, com mais bola, fizeram os que lhes competia, assumiram as despesas do jogo diante de um Estrela que se apresentou mais na expetativa, mas sempre muito seguro em termos defensivos.

A chuva voltou a cair com intensidade, os treinadores começaram a gerir esforços a partir do banco, mas a verdade é que a segunda parte acrescenta muito pouco à primeira. O Portimonense ainda chegou a colocar a bola nas redes de Bruno Brígido, por Carrillo, mas Jesper, que fez a assistência, estava claramente adiantado. Ninguém festejou, nem contestou o lance.

Foi assim até ao final, com o Portimonense a carregar de forma ligeira e o Estrela a responder a espaços.

O Estrela regressa, assim, às vitórias, depois de sete rondas sem vencer, e alcança o Portimonense na classificação, agora ambos com 21 pontos.