Pedro Martins, treinador do Marítimo, após a vitória frente à Académica (3-1):

«Foi uma vitória sofrida pela segunda parte, em que nós não estivemos bem - principalmente nos primeiros quinze minutos, depois não conseguimos agarrar o jogo. Ficámos mais coesos, mas nunca conseguimos agarrar o jogo. Manifestamente, a segunda parte foi pobre e assumo-o.

A primeira parte foi diferente. Grande dinâmica, grande vivacidade, grande qualidade de jogo. Ao intervalo podíamos estar a vencer por três ou quatro e já ficava definitivo. Na segunda parte tivemos de sofrer porque a Académica tem uma equipa de qualidade, é uma equipa experiente e criou-nos muitas dificuldades. Nos noventa minutos, houve uma primeira parte onde  o Marítimo foi melhor e uma segunda parte onde a Académica foi melhor. Globalmente, penso que a vitória do Marítimo é justa.

Não conseguimos aquilo que nós pretendíamos, mas é preferível ficar em sexto ou sétimo do que ficar em décimo, até porque há aqui a questão da Taça da Liga, e se nós pudermos fugir de dois jogos extras da taça, melhor. A equipa entra logo na fase de grupos e isso era importante. Demos um passo bom para o conseguir e agora faltam dois jogos para acabar da melhor forma.

Foram quatro anos em que tive momentos muito bons, momentos menos bons, mas isso é normal, até porque o momento de toda a gente não é fácil, principalmente na Madeira, que passa por algumas dificuldades a todos os níves. Mas, globalmente, são quatro anos que eu jamais esquecerei. Queria dedicar esta vitória ao presidente e à massa associativa, porque me acolheram bem e porque o presidente, no momento em que estava a iniciar a minha carreira, apostou em mim. Queria agradecer-lhe também por isso. O grupo queria dar esta alegria à massa associativa. Penso que fiz o meu trabalho, trabalhei de corpo e alma para que as pessoas que apostaram em mim não ficassem defraudadas.

Neste momento não tenho nada em vista. Penso que era um ciclo que teria de se fechar. Acredito que não seja definitivo no futuro, mas era um ciclo que eu pensava que era necessário fechar. Mas, neste momento, não tenho absolutamente nada com qualquer outro clube, mas também não faço tenção de estar no desemprego na próxima época.

Há projetos interessantes, outros nem tanto. Depende das propostas que surgirem, mas não fecho as portas ao estrangeiro. Cada vez mais, os treinadores portugueses são respeitados, o mercado está aberto e quando as oportunidades surgirem, analisarei e tomarei a melhor decisão.»