Se dúvidas havia, um Famalicão tranquilo deu a sentença nas contas da manutenção, ao vencer um aflito Paços de Ferreira (1-3), que perdeu a oportunidade de ultrapassar o Marítimo antes da visita (crucial) ao Funchal.

Na Capital do Móvel, deu Famalicão e créditos finais para Iván Jaime. O espanhol resgatou a fama e o capital do resultado com um bis, para colocar os famalicenses com 36 pontos e agora isolados no oitavo lugar.

Um triunfo com reviravolta, selado pelo número 10 da equipa de João Pedro Sousa, que empatou perto do intervalo por Jhonder Cádiz, no lance imediatamente anterior à saída de Hernâni Infande, autor do golo da vantagem do Paços, por lesão.

A primeira parte foi dividida, com alternância de domínio e as equipas a marcarem nos momentos em que estiveram melhor. Na segunda, o Paços foi tendo dificuldades e não foi a equipa segura, confiante e decidida a recuperar que tem sido e viu a balança desequilibrar para seu prejuízo graças aos espaços bem aproveitados pelo Famalicão e, diga-se em abono da verdade, à classe de Iván Jaime. O golo que sela o triunfo é espetacular.

A primeira parte teve um golo para cada lado e mais uma boa ocasião para cada equipa. O Famalicão pareceu entrar em jogo mais cedo, perante um Paços que só encaixou verdadeiramente a partir do quarto de hora e já depois de uma grande defesa de Vekic a remate de Cádiz, que ainda viu a bola ir ao poste.

O Paços melhorou e Hernâni Infande teve uma enorme ocasião negada por Luiz Júnior, antes de abrir o marcador aos 34 minutos, após um bom lance à entrada da área em que deixou dois adversários pelo caminho até bater o guardião dos visitantes.

Os minutos finais da primeira parte acabaram, contudo, por ter um Famalicão em crescendo e Jhonder Cádiz empatou num cabeceamento forte e decidido ao primeiro poste, após cruzamento de Ivo Rodrigues. Duro revés para os castores, que perdiam ao mesmo tempo o autor do golo.

Na segunda parte, não houve muito para contar nos primeiros instantes. O Paços, no entanto, com o passar do tempo e a precisar de vencer, lutou e teve algumas chegadas perigosas, mas não conseguiu ter o afinco dos primeiros 45 minutos. O Famalicão, competente a defender, nunca enjeitou o ataque e prova disso foi Iván Jaime, que quase aproveitou um domínio arriscado de Jorge Silva e o remate de Ivo Rodrigues que passou perto da trave.

Era notória a falta de soluções do Paços. Mas, sobretudo, alguma ansiedade no ar. César Peixoto lançou então Fábio Gomes e Matchoi, mas foi a alteração do outro lado a produzir efeitos aos 70 minutos. Dobre e Iván Jaime aproveitaram bem o espaço em zona frontal e combinaram para a reviravolta assinada pelo espanhol.

Peixoto arriscou depois tudo ao refrescar a equipa com Luiz Carlos e Zé Uilton, mas pairou até no ar alguma falta de inspiração do Paços, que viu a classe de Iván Jaime tirar a fama e o capital do encontro aos 87 minutos, num grande remate de pé direito a bater Vekic.