Figura: Corona na pele de Brahimi

Os alarmes soaram na estrutura sadina sempre que o mexicano tocou na bola. À esquerda, à direita, no meio, enfim, Tecatito encarnou Brahimi. Lampejos de classe, provas claras de um jogador que atravessa um grande momento. Entre as constantes permutas com Adrián López na esquerda, Corona ofereceu rasgo ao jogo e criou a maioria das grandes situações de golo do primeiro tempo: «inventou» o primeiro golo, ofereceu outro a Adrián López e assistiu Soares para o 2-0. O papel de «vagabundo» no ataque não lhe assenta nada mal.

Momento: minuto 15: lição espanhola de como quebrar uma muralha

Após quinze minutos em que sentiu dificuldades para chegar junto à baliza de Cristiano, o FC Porto conseguiu marcar após uma combinação entre Corona e Adrián López. O espanhol solicitou Corona que se livrou de Cascardo e devolveu o passe. O avançado atirou contra Vasco Fernandes e, dentro da pequena área, Herrera teve cabeça para encontrar o caminho para o fundo da baliza de Cristiano. A partir desse momento, o jogo mudou de figurino e os azuis e brancos arrancaram para uma exibição convincente.

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Outros destaques:

Manafá: menos de um mês após ter sido oficializado, o luso-guineense estreou-se como titular e mostrou-se como uma alternativa bastante válida. Velocíssimo, deu a largura e a profundidade pela qual o FC Porto suspirava. Tirou inúmeros cruzamentos e só não fez uma assistência por culpa de Artur Jorge, que impediu a cabeçada de Soares. Não foi um duro teste, visto que o Vitória pouco ou nada incomodou. Ainda assim, não tremeu e entusiasmou em determinados momentos.

Éber Bessa: foi o eleito para colmatar a ausência de Rúben Micael e teve 54 minutos horríveis. Cenas de um pesadelo aterrador. Ora, atente, caro leitor. O médio brasileiro teve uma entrada dura sobre Danilo que o obrigou a sair, teve uma entrada feia sobre Otávio e, por volta dos 54 minutos, viu o segundo amarelo após cair na área, acto que Nuno Almeida entendeu como simulação. Tudo dito.

Artur Jorge: o melhor elemento sadino no Dragão. Ocupou o lugar de Dankler e nem se sentiu a ausência do brasileiro. Somou cortes importantes – notável a cabeçada a impedir o golo a Soares na primeira parte – e raramente foi ultrapassado pelos homens de azul e branco. Artur Jorge tem mais que qualidade para ser um jogador importante na formação sadina, provou-o esta noite.

Adrián López: quantas vidas têm o espanhol? Entre empréstimos e aparecimentos fugazes, Adrián não se cansa de tentar renascer. Depois do golo em Roma, Conceição deu-lhe a titularidade em detrimento de Fernando Andrade. O internacional espanhol não desiludiu. Revelou-se fulcral na manobra ofensiva dos azuis e brancos – em sucessivas trocas com Corona – e ficou muito perto de voltar a marcar. Adrián viu Cristiano negar-lhe o golo com um voo incrível (37’) e está, juntamente com Corona, na génese do golo que quebrou a resistência sadina. Saiu sob aplausos, o que é sintomático do que jogou.